24 jan, 2023
Fernando Santos, 68 anos de idade, até há pouco seleccionador português, acaba de abraçar o convite da Federação Polaca de Futebol e será, a partir de hoje, o principal responsável pela selecção principal daquele país, depois de em Portugal e na Grécia ter já exercido funções semelhantes.
Trata-se assim, do reconhecimento dos méritos de um treinador que à frente da nossa representação conquistou os dois únicos troféus que a Cidade do Futebol guarda ciosamente nas suas instalações do Vale do Jamor, o do Campeonato da Europa de 2016, e da Liga das Nações dois anos mais tarde.
Já à frente da selecção da Grécia Fernando Santos registara um percurso interessante:
Atingiu os quartos-de-final do Campeonato da Europa de 2012, e chegou aos oitavos-de-final do Mundial de 2014, tendo aí sido afastado pela Costa Rica no desempate por grandes penalidades, num jogo em que acabou por ser expulso, daí resultando um castigo de suspensão por oito jogos oficiais, pena que viria mais tarde a ser reduzida por decisão do Tribunal Arbitral do Desporto.
Esfuma-se assim a perspectiva de alguns que chegaram a vaticinar que o antigo seleccionador português poderia ter terminado no Qatar a sua carreira de treinador.
Dono de conceitos muito próprios sobre futebol, dos quais sempre recusou abdicar, Fernando Santos raramente mereceu os favores da crítica no nosso país, apesar dos êxitos alcançados o que, por arrasto, levou também, muitas vezes, à insatisfação dos adeptos.
Fernando Santos faz sempre da sua conduta como Homem um profissional com sucesso.
O relacionamento com os jogadores tem sido constante prova disso, o que não deixará de ter contribuído igualmente para a boa imagem que o futebol português criou e mantém além fronteiras.
Na Polónia, Fernando Santos vai continuar a enfrentar desafios, o primeiro dos quais o próximo Campeonato da Europa em 2024. Dispondo de alguns jogadores de muita qualidade, com Lewandowsky à cabeça, vai certamente poder assegurar a qualificação para a fase final daquela competição.
Com Fernando Santos à frente da sua selecção, os adeptos polacos têm assim uma boa oportunidade para refazer a má imagem deixada no seu país por Paulo Sousa, que abandonou o futebol polaco tendo optado por rumar ao Rio de Janeiro para orientar o Flamengo.