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Tempestade Perfeita e eleições na Madeira
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Eurico Brilhante Dias atira a arguido da Tempestade Perfeita: "Foi ouvido a criar um estratagema para envolver políticos"

29 set, 2023 • Susana Madureira Martins


O rescaldo das eleições da Madeira e os novos dados que envolvem João Gomes Cravinho num caso de alegada corrupção em debate no São Bento à Sexta desta semana. O dirigente socialista Eurico Brilhante Dias considera que há "um estratagema para desviar as atenções". Pelo PSD, Joaquim Miranda Sarmento questiona a "duvidosa atuação" do ministro neste processo.

Eurico Brilhante Dias diz não ter dúvidas de que está em curso "uma estratégia para desviar as atenções", na sequência dos novos dados divulgados esta sexta-feira pelo jornal Expresso e que apontam para o envolvimento direto do ministro João Gomes Cravinho na operação Tempestade Perfeita.

O líder parlamentar do PS lamenta, mais uma vez, a violação do segredo de justiça, ao ser vertido para a comunicação social um interrogatório a um dos arguidos deste caso, Paulo Branco, que terá ligado o ministro dos Negócios Estrangeiros ao caso de corrupção que provocou a demissão do secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.

Em declarações ao programa da Renascença "São Bento à Sexta", Brilhante Dias salienta que o arguido em causa terá sido ouvido "a combinar com os outros acusados, passar histórias a jornalistas para apontar ao poder político e controlar a narrativa mediática", citando o jornal Público.

"O que está aqui, preto no branco", adianta o dirigente socialista, é que "este senhor em concreto, com os outros envolvidos, procura envolver o ministro e o poder político para desviar atenções".

Brilhante Dias reforça: Paulo Branco "foi ouvido a criar um estratagema para envolver políticos, em particular o senhor ministro". A partir daqui o dirigente do PS questiona-se: "é a partir dele que credibilizamos uma acusação ao ministro e pedimos a sua saída? Não me parece".

Ministro "politicamente fragilizado"

á para o líder parlamentar do PSD mantêm-se as dúvidas e os pedidos de explicações de Gomes Cravinho e do próprio primeiro-ministro sobre este caso, considerando que a posição do ministro dos Negócios Estrangeiros "está politicamente fragilizada há muito tempo".

Joaquim Miranda Sarmento acusa Gomes Cravinho de "fugir permanentemente a dar as respostas e justificações que permitiriam esclarecimento de toda a situação" e que "há um conjunto de factos numa área de soberania importante, como é a defesa, que colocam seriamente em causa a posição política de um ministro".

Noutro plano e no rescaldo das eleições na Madeira, que deram a vitória sem maioria absoluta à coligação PSD/CDS, Joaquim Miranda Sarmento admite, em futuras eleições legislativas, dialogar com partidos como a Iniciativa Liberal (IL) ou o CDS, e não fecha a porta ao PAN.

"Pontos de contacto" com o PAN

Na sequência da entrevista de Inês Sousa Real ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, em que a porta-voz do PAN admite conversar com o PSD nacional, Miranda Sarmento admite que há "seguramente alguns pontos de contacto com aquilo que é o programa do PAN em matéria ambiental e haverá seguramente pontos de divergência, sobretudo em matéria agrícola".

O dirigente social-democrata não quer "especular" sobre como será a relação do PSD nacional com o PAN daqui para a frente. Certo é que "não há acordos com o Chega" e "até ao momento em que se realizarem as eleições legislativas" a estratégia é "lutar pelo melhor resultado possível e até poder ter condições de formar governo sozinho".

No caso de não ser possível o PSD governar sozinho, a solução "depende de como for a composição do Parlamento", mas abre a porta à Iniciativa Liberal e ao CDS se, "eventualmente, regressar ao Parlamento".

Do lado do PS, Eurico Brilhante Dias recusa-se a dizer qual o futuro óbvio para o líder do PS-Madeira, Sérgio Gonçalves, que viu a bancada parlamentar reduzida de 19 para 11 deputados.

Brilhante Dias refere que na região os socialistas "farão uma análise, até porque nós teremos europeias dentro de muito pouco e teremos autárquicas em 2025 e há um trabalho a fazer". Sobre Sérgio Gonçalves, o líder parlamentar limita-se a dizer que "é uma pessoa íntegra e trabalhadora e que foi a cara do PS nestas eleições, merece a nossa solidariedade".

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