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Violência nas ruas. PS acusa Governo de "descurar" proximidade da polícia. PSD "não tem dúvidas" que é necessária
Ouça aqui o São Bento à Sexta, com a socialista Alexandra Leitão e o social-democrata Hugo Soares

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PS acusa Governo de "descurar" proximidade da Polícia. PSD "não tem dúvidas" que é necessária

25 out, 2024 • Tomás Anjinho Chagas


Alexandra Leitão lamenta atuação do Governo que não acalmou a situação após a morte de Odair Moniz pela PSP. Hugo Soares assume que episódios de violência na Grande Lisboa "abalam" sensação de segurança em Portugal e ataca o Chega pelo "populismo" em torno do tema.

O PS acusa o Governo de não ter reagido bem aos tumultos na Grande Lisboa e não ter contribuído para evitar o alarme social na sequência da morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP.

Durante o programa São Bento à Sexta, da Renascença, Alexandra Leitão critica as declarações da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, por considerar que não ajudaram a manter a calma.

"O que assistimos nos últimos dias provocou um evidente alarme social e acho que nesta matéria o Governo não veio dar às pessoas a confiança para poderem viver estes momentos com tranquilidade", lamenta a líder da bancada socialista.

Alexandra Leitão fala num "défice de intervenção na linha de evitar o alarme social" e lamenta a intervenção da ministra.

Por sua vez, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, acredita que este é o momento de acalmar o clima de tensão, e assume que os episódios desta semana mudam a perceção das pessoas em relação à segurança em Portugal.

"Estes episódios abalam a perceção de segurança que eu creio que o país sempre teve. Sermos um país seguro é fundamental para quem cá vive, mas também para o turismo e para o investimento estrangeiro", defende o líder da bancada do PSD e braço direito de Luís Montenegro.

Nessa linha, Hugo Soares considera essencial a presença "muito forte" de polícia nas ruas nesta fase de maior tensão.

Polícia de proximidade

Durante o debate, Alexandra Leitão, líder da bancada do PS, assumiu que o clima de tensão deve ser contido pelas forças de segurança, mas também com proximidade das autoridades e acusa o Governo de estar a deixar cair esta segunda vertente.

"É com moderação que isto deve ser feito. As duas vertentes, não pode ser uma delas descurada. Pelo que foi anunciado, o projeto Bairros Saudáveis deixa de constar no Orçamento do Estado, parece que uma das linhas está a ser descurada", lamenta.

Em causa está o programa, criado pelo anterior governo socialista em contexto pandémico, que pretendia promover a "melhoria das condições de saúde, bem estar e qualidade de vida em territórios vulneráveis".

Mas do lado do PSD, Hugo Soares, admite que é preciso investir em forças de segurança mais próximas das populações que vivem nos bairros mais sensíveis, apesar de não se pronunciar especificamente sobre uma eventual recuperação do projeto Bairros Saudáveis.

"Não tenho dúvidas que é absolutamente fundamental aumentarmos o policiamento de proximidade", defende o líder da bancada social-democrata, sem concretizar.

IRC: PSD rejeita descida original de 2%

Na próxima semana o Orçamento do Estado é votado na generalidade e Alexandra Leitão confirma: o PS vai votar contra a descida do IRC na especialidade.

Sobre o mesmo tema, Hugo Soares revela que o PSD não vai aceitar a proposta do Chega, noticiada pelo jornal Expresso, de descer o IRC em 2%. O líder parlamentar diz que apesar de essa ser a ideia original do Governo, esse não foi o acordo feito com o Partido Socialista.

"Como é público o PS viabiliza o OE se ele apenas descer 1% no IRC", sublinha Hugo Soares, que resume: "Entre baixar 1% e ter OE e baixar 2% e não ter OE, creio que toda a gente percebe que o Governo não pode ir mais além".


[Estes são excertos do São Bento à Sexta, programa de política da Renascença, que pode ouvir na antena durante a Edição da Noite (a partir das 23h), ouvir aqui ou em podcast nas plataformas habituais]

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