06 dez, 2024 • Filipa Ribeiro
A vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Marina Gonçalves, realça que a AIMA - Agência para a Integração, Migrações e Asilo- foi iniciada pelo Governo anterior considerando que a redução do número de casos pendentes anunciada esta semana pelo atual executivo resulta de "uma medida que o próprio Governo do PS" avançou.
Depois de no Programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público o ministro da Presidência ter avançado que dos 400 mil processos pendentes,113 mil processos estão em andamento na AIMA e 108 mil rejeitados, a vice-presidente da bancada do PS defende que depois de o Governo anterior ter iniciado o processo "é natural que início de funções do atual Governo e a aceleração tenham coincidido".
A também deputada do PS, diz que há uma "dimensão estrutural" que preocupa mais os socialistas sobre o que se segue depois de "ultrapassadas as pendências", como é que a AIMA irá funcionar de forma estrutural.
No programa São Bento à Sexta, Marina Gonçalves fala ainda em preocupações com as medidas do atual Governo que considera que estão a "criar uma barreira à entrada de imigrantes em Portugal". A socialista faz uma avaliação "positiva" à redução dos casos pendentes, mas defende ser essencial conhecer a visão estrutural do Governo sobre a imigração.
Do lado do PSD, o vice-presidente da bancada, Alexandre Poço refere estar a aguardar pela conclusão de uma "discussão interna" do PS sobre a melhor forma como lidar com as questões migratórias. O social-democrata defende que tem que haver uma "imigração regulada". Na opinião de Alexandre Poço, "ter regras na entrada e um acompanhamento da situação dos estrangeiros que residem em Portugal" resulta em "benefício dos portugueses e dos estrangeiros que querem trabalhar em Portugal".
Quanto ao facto de a maioria dos 108 mil processos rejeitados se deveram à falta de pagamento, Alexandre Poço defende a aplicação do "regime que vem detrás" que é o de "afastamento e retorno".
O vice-presidente da bancada do PSD diz no São Bento à Sexta que os números resultam de "fiscalização, controlo e regulação" que é o que deve ser exigido ao Governo para que se evite uma situação "caótica" de "há uns meses".
HORA DA VERDADE
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Na semana marcada pela manifestação dos bombeiros sapadores junto à sede do Governo que acabou na suspensão pelo executivo do processo negocial, Marina Gonçalves do PS defende que "independentemente do sector" o protesto "deve obedecer um conjunto de regras".
A deputada do PS considera justa a reivindicação dos profissionais, mas no que diz respeito ao que aconteceu esta semana fala em "novidade na postura do Governo" com a qual concorda por defender que "algumas vezes se ultrapassam alguns limites que não devem ser ultrapassados" e que se deve "estar do lado do equilíbrio que é possível fazer do cumprimento das regras e da ocorrências das reivindicações".
"Há uma novidade na postura, e bem, do Governo no que diz respeito à forma como a manifestação é feita" diz Marina Gonçalves sobre a suspensão da parte do Governo das negociações com os bombeiros.
Perante a ameaça dos sindicatos de se atenuar as formas de protesto, Alexandre Poço defende que o Governo não se deve negociar "com coação e com aquele estilo de manifestação".
O deputado social democrata fala em abertura do executivo para melhorar as condições salariais dos bombeiros, mas considera que "um Governo digno não pode compactuar com uma forma que desvirtua a boa e saudável relação que deve existir entre sindicatos e quem representa o interesse geral e coletivo em nome do Estado".
No São Bento à Sexta desta semana, ainda a alegada candidatura do Almirante Gouveia e Melo à Presidência da República em que PS e PSD consideram ainda cedo para comentar.