18 mai, 2016 • Manuela Pires , Isabel Pacheco , António Pedro
A representação em Lisboa organizou, pelo quarto ano, a Bolsa do Empreendedorismo para ajudar todos os interessados a levar as suas ideias da fase do laboratório até ao mercado. Em paralelo, realizou-se um concurso de ideias e dois projectos saíram vencedores com um prémio de 5 mil euros cada.
Um dos projectos fomos conhecer. Trata-se de um dispositivo para detectar na hora a bactéria causadora de uma infecção urinária. A jornalista Manuela Pires falou com os criadores do projecto ID FLOW. O projecto ganhou um prémio de empreendedorismo da Comissão Europeia, apesar de a ideia ainda estar no papel. Mas convenceu Bruxelas.
Na prática, quatro estudantes do Instituto Superior Técnico criaram um dispositivo para detectar, na hora, a bactéria causadora da infecção urinária. A ideia surgiu de um problema que afecta uma das autoras do projecto, mas que afecta muita gente. Só no ano passado foram registados 37 milhões de pessoas com infecções urinárias em alguns países da europa.
A Lígia e a Aura estudam Microbiologia, o Rafael e o Nuno estão no primeiro ano de mestrado de Bioengenharia de Nanosistemas. Foi a Lígia quem teve a ideia. Tem 23 anos, está no primeiro ano de mestrado de Microbiologia; “eu sofro imenso com as infecções urinárias e pensei o que é que podia fazer para detectar a bactéria rapidamente. E então, depois de muito trabalho, descobrimos este dispositivo. É muito simples, o paciente urina para o copo que tem incorporado o dispositivo, que vai dar uma cor. Essa cor indica qual a bactéria, qual o grau de resistência e o perfil de resistência a antibióticos. O médico fica assim com mais informação para fazer uma terapêutica muito mais segura”.
O projecto ainda está no papel, mas estes estudantes já conseguiram vencer um prémio da Comissão Europeia, de 5 mil euros, para um projecto nascente, no âmbito da Bolsa do Empreendedorismo. Já receberam formação para aprenderem a desenvolver a ideia, a fazer um plano de negócios. A prioridade é registar a patente e a partir daí construir o dispositivo e tentar encontrar uma empresa que comercialize o dispositivo em hospitais e clínicas.
Lígia Coelho que nunca tinha pensado em criar uma empresa, já mudou de ideias, “nós somos treinados para fazer investigação. E agora esta escolha tem tudo a ver connosco que somos cientistas. E agora é este o caminho que quero seguir. Criar a minha própria empresa”.
A Bolsa de Empreendedorismo é uma iniciativa da Comissão Europeia que decorreu em Lisboa no Dia da Europa. O comissário Carlos Moedas que participou no evento disse que ainda há muito a fazer, a Europa tem de criar um ambiente favorável ao empreendedorismo, e ao capital de risco”.
É o ponto de partida para olharmos para startups portuguesas e os projectos que daí resultam. A SWORD, a startup que ganhou uma bolsa de 1,3 milhões de euros da Comissão Europeia é a única portuguesa a conseguir a distinção da União Europeia como uma das 300 empresas mais inovadoras da Europa e a jornalista Isabel Pacheco foi conhecê-la.
Neste espaço Euranet escutamos ainda o presidente do Instituto Pedro Nunes. A incubadora do IPN faz agora 20 anos, já apoiou mais de 200 empresas que, regra geral, têm uma taxa de sobrevivência de 78%. Esta incubadora ajudou a criar 2 mil postos de trabalho altamente qualificados e o volume de negócios anual ascende aos 80 milhões de euros. A incubadora apoia as empresas nos seus primeiros 4 anos de vida e foi considerada em 2010 a melhor incubadora de base tecnológica. O jornalista António Pedro foi conhecê-la melhor através de uma entrevista a Jorge Pimenta, presidente do Instituto Pedro Nunes.