27 jul, 2016 • Sérgio Costa , André Rodrigues
De acordo com o Eurostat, a 1 de Janeiro deste ano, a população do espaço comunitário superava os 510 milhões de habitantes, em comparação com os 508,3 milhões registados a 1 de Janeiro de 2015. Ainda de acordo com o gabinete estatístico europeu, durante todo o ano passado registaram-se na União Europeia 5,1 milhões de nascimentos ao passo que 5,2 milhões de pessoas morreram. Significa isto que, pela primeira vez, a Europa registou uma variação natural negativa da sua população, apenas compensada pelo saldo migratório.
E Portugal?
Enquanto a União Europeia cresce, Portugal cai. De acordo com o Eurostat, a 1 de Janeiro deste ano a população europeia superava os 510 milhões de habitantes. Números avançados pelo gabinete de estatísticas europeu dão conta de um crescimento 3,5 por cada mil residentes no conjunto dos 28. Portugal não acompanha a tendência. Regista um recuo -3,2 por cada mil.
Lituânia, Letónia, Croácia, Bulgária, Grécia e Roménia acompanham o nosso país na quebra demográfica.
Luxemburgo, Áustria, Alemanha, Malta, Suécia, Dinamarca e Bélgica registam tendência inversa.
Aliás, segundo o Eurostat, os países mais populosos da União Europeia continuam a ser a Alemanha, com mais de 82 milhões de habitantes; a França com cerca de 67 milhões, o Reino Unido com 66 milhões e a Itália com pouco mais de 60 milhões. Quatro estados-membros que, em conjunto, representam mais de metade da população da UE. A população portuguesa representa 2% do total de residentes dos 28.
Mas, se por um lado, a União Europeia aumenta, já Portugal regista a segunda menor taxa de natalidade bruta do espaço comunitário em 2015. Portugal perde população enquanto a União Europeia no seu todo aumenta em número de habitantes. Uma tendência, em grande parte, compensada pelos imigrantes. É que, nos últimos tempos, o país tem sido destino para imigrantes de várias nacionalidades, e que nem sempre optam por se fixar nos grandes centros urbanos. Vila Nova de Cerveira, no Alto Minho, é um dos concelhos do país que mais cresceu em número de habitantes. E deve-o, sobretudo, aos novos povoadores, maioritariamente estrangeiros, como se percebe pela reportagem da Isabel Pacheco.
Esperança de vida “compensa” falta de bebés
Na análise de José Manuel Martins, especialista da Universidade de Aveiro em ordenamento do território, o aumento da esperança de vida contribui de forma decisiva para estabilizar o efectivo populacional. Ouvido por André Rodrigues, o co-autor da obra “A Demografia e o País” lembra que Portugal precisa urgentemente de políticas estruturadas de promoção da natalidade. Para este especialista, as iniciativas isoladas de municípios do interior do país já provaram que não são eficazes.