30 mai, 2019 • Pedro Caeiro
Tendo em conta a fragmentação que resultou das eleições de domingo, Francisco Sarsfield Cabral lembra que o lugar ainda ocupado por Juncker costumava ser eleito pelo Conselho Europeu com uma maioria qualificada e depois aprovado no Parlamento Europeu por maioria.
“O processo era fácil quando havia dois grandes grupos políticos europeus, o PPE (de centro-direita) e os socialistas (de centro-esquerda)”, recorda o especialista da Renascença em assuntos europeus. Foi assim que Durão Barroso chegou ao cargo. “Mas, como esses dois grupos já não têm maioria, precisam de uma terceira força (em princípio os liberais, mas também poderão ser os socialistas portugueses ou os espanhóis)”, afirma.
Sarsfield Cabral lembra o presidente da Comissão Europeia costumava ser, por tradição, o primeiro da lista mais votada, o que levaria a ser o democrata-cristão da Baviera (Weber) o sucessor de Juncker. Mas o cabeça-de-lista do PPE não é uma figura consensual e o futuro até pode passar por Margaret Vestager, dos Liberais, para quebrar o impasse entre o PPE e os Social-Democratas. Até 21 de Junho haverá consultas entre os vários partidos representados em Bruxelas. Nessa data está agendado um Conselho Europeu, reunião dos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que pode decidir o nome dos presidentes destes novos cargos.
Segundo Francisco Sarsfield Cabral, esta negociação pode ser feita numa espécie de “pacote” para agradar a todos, com uma distribuição dos lugares mais importantes por diferentes famílias políticas europeias.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus