24 out, 2019
Os 27 Estados-membros da União Europeia são favoráveis a um novo adiamento do Brexit, solicitado pelo Governo britânico, mas ainda discutem a sua extensão e as conversações prosseguem no final da semana, revelaram fontes europeias.
O pedido de adiamento da saída do Reino Unido do bloco europeu, apresentado pelo governo de Boris Johnson a Bruxelas no sábado passado, face à impossibilidade de o Acordo de Saída ser ratificado pelo Parlamento britânico até à data prevista, de 31 de outubro, foi discutido esta quarta-feira pela primeira vez pelos 27, ao nível dos embaixadores dos Estados-membros junto da União Europeia, em Bruxelas.
Fontes diplomáticas sublinharam que se tratou de “uma primeira reunião, onde não era suposto serem tomadas quaisquer decisões formais, e não foram”, tendo-se registado no entanto um consenso entre os 27 sobre “a necessidade de uma extensão para evitar um Brexit sem acordo”.
Já a duração da extensão ainda está a ser discutida, acrescentaram, apontando que o próximo encontro dos embaixadores dos 27 deverá ter lugar na sexta-feira, e prosseguirão entretanto as consultas levadas a cabo pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Juncker considera o Brexit uma perda de tempo
O luxemburguês que vai deixar a presidência da Comissão no final de novembro esteve esta terça-feira no discurso de despedida no Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Jean-Claude Juncker considerou que a sua Comissão cumpriu no essencial nas três grandes frentes que elegeu como prioritárias há cinco anos: o crescimento, o emprego e o investimento. Do lado das “derrotas”, lamentou que não tenha sido possível ir mais longe em áreas como a política de refugiados ou a união bancária, mas não deixando de apontar o dedo à falta de esforço dos Estados-membros. “Tentei com todas as minhas forças”, referindo-se a casos como o dossier da reunificação cipriota ou a conclusão de um novo tratado com a Suíça.
O ainda presidente da Comissão dedicou uma palavra especial à Grécia, congratulando-se pelo caminho que permitiu “devolver a dignidade ao povo grego”, mas não esquecendo os muitos telefonemas que atendeu de chefes de governo descontentes com os seus esforços para resolver a crise.
Também a chamada crise migratória poderia ter tudo um outro desfecho se os líderes europeus não tivessem decidido sobrepor a sua política interna à “mais elementar solidariedade”. Juncker considetrou ainda o Brexit “uma perda de tempo” e apelou à luta contra o que chama de nacionalismos estúpidos.
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