06 fev, 2020 • Vasco Gandra
"Estamos prontos para oferecer um ambicioso acordo de livre comércio como pilar central da futura desta parceria. Incluindo zero tarifas e zero quotas em todos os bens que entrem no nosso mercado único de 450 milhões de pessoas", afirmou Barnier. O futuro acordo deve incluir amplos sectores dos serviços, das telecomunicações ao digital, da propriedade intelectual ao acesso aos respetivos mercados de contratos públicos.
Mas Michel Barnier avisa que a oferta dos 27 está submetida a duas condições: "Primeiro, precisamos de garantir que a concorrência se mantém aberta e justa. Já acordámos com o Primeiro ministro Boris Johnson que a nossa futura parceria deverá evitar, e cito, vantagens concorrenciais injustas".
Para a União Europeia deve haver um alinhamento nos padrões sociais e ambientais, também para que a concorrência entre os dois blocos seja equilibrada e não distorcida, por exemplo com ajudas de Estado.
Na apresentação das linhas negociais dos 27, Barnier apresentou uma segunda condição para se alcançar um acordo: "O nosso acordo de livre comércio deverá incluir um acordo sobre as pescas. Este acordo deverá fornecer acesso contínuo e recíproco aos mercados e às águas com partilha de quotas estável".
Estes são dois dos pontos mais sensíveis a negociar. A outra questão prende-se com a governação da futura relação no caso de um desacordo entre os dois blocos. Outro obstáculo é o tempo, já que o acordo deverá estar fechado antes do fim do ano, e é uma margem estreita para uma negociação delicada que terá que incluir também as questões de segurança.
Seja como for, Michel Barnier também lembra que a futura relação não será idêntica àquela que o Reino Unido tinha com os 27 na União Europeia.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus