14 jul, 2023 • André Rodrigues
Nesta edição do Visto de Fora, Olivier Bonamici diz não ver contradição entre os recados de Zelensky aos aliados - depois de ter saído da Lituânia sem um convite de adesão à NATO - e o reconhecimento de que são legítimos os receios de uma globalização da guerra.
"Eu entendo perfeitamente a posição dele", diz o jornalista francês que antecipa "um processo muito longo, mas pode servir de ponto de negociação para o fim da guerra". Tudo irá depender das cedências que o governo de Kiev estiver disposto a fazer, numa altura em que a Crimeia parece ter desaparecido das exigências ucranianas de recuperação de todo o território ocupado pela Federação Russa.
"Um banho de realidade" para Zelensky, assinala Begoña Iñiguez que diz não ter dúvidas de que a questão da Crimeia "vai ser um tema muito quente" nas negociações.
Os dois correspondentes analisaram também a aprovação pelo Parlamento Europeu da Lei do Restauro da Natureza, cujo objetivo é garantir um planeta habitável para as gerações futuras.
Tal como acontece com o impasse global em torno das alterações climáticas, Olivier Bonamici considera "inacreditável" que perante "os sinais que a Terra nos vai dando" haja forças políticas, sobretudo mais à direita, que negam as evidências e boicotam a urgência de cuidar dos recursos naturais com racionalidade.
De Bruxelas, fazemos a ponte até Espanha onde todas as sondagens apontam para uma vitória do PP, mas com Alberto Nuñez Feijóo a necessitar do apoio do partido de extrema-direita Vox para assegurar a governabilidade.
Tal como os analistas políticos espanhóis, também Begoña Iñiguez acredita que o líder do PP "foi claramente o vencedor" no debate com Pedro Sanchéz que poderá ter sido decisivo, embora ainda estejamos a mais de uma semana do ato eleitoral.
No plano nacional, destaque para as buscas no PSD e para o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, votado esta semana, e cujo trabalho dos deputados mereceu reiteradas críticas, nomeadamente do ministro da Cultura.
Apesar de ambos reconhecerem a Pedro Adão e Silva o direito de ter opinião, Begoña e Olivier lembram que se trata de um ministro. E não de um comentador televisivo.