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Juiz benfiquista continua no caso dos e-mails

23 jan, 2020 - 17:45

O presidente do Tribunal da Relação do Porto entende que as circunstâncias de o magistrado ser adepto e sócio há dezenas de anos, bem como acionista do clube da Luz, em nada interfere com a sua isenção e imparcialidade enquanto juiz.

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O presidente do Tribunal da Relação do Porto manteve o juiz Eduardo Rodrigues Pires como relator dos recursos da ação cível que opõe o Benfica ao F. C. Porto, no caso da divulgação dos emails dos encarnados, avança o JN.

Nuno Ataíde das Neves entende que as circunstâncias de o magistrado ser adepto e sócio há dezenas de anos, bem como acionista do clube da Luz, em nada interfere com a sua isenção e imparcialidade enquanto juiz.

De acordo com o responsável máximo da Relação do Porto, "apesar daquelas circunstâncias objetivas, resultantes de o Juiz ser adepto do clube há dezenas de anos, o Juiz frequenta o Estádio com total anonimato, não conhece pessoalmente qualquer representante dos órgãos societários ou desportivos do Clube, assim como nenhuma destas pessoas o conhece, inexistindo qualquer proximidade ou vínculo de natureza pessoal, seja de amizade ou de inimizade, que possa afetar minimamente a sua isenção e imparcialidade".

Frisando que o juiz desembargador Eduardo Rodrigues Pires é um "simples e anónimo adepto, um cidadão desconhecido do clube, relacionando-se com este apenas pela mera circunstância de ser sócio já veterano e ter decidido adquirir lugar cativo para assistir aos jogos, como qualquer outro sócio pode fazer", e mesmo "sendo um ferveroso adepto do Clube, chorando as suas derrotas e rejubilando com as suas vitórias", Ataíde das Neves entende que "o Juiz, que não se sente por isso afetado na sua isenção e imparcialidade com que sempre norteou a sua carreira com mais de 30 anos, não reúne condições subjetivas para que seja dispensado da intervenção no processo, já que tal não o perturba, nem confere qualquer estado de perplexidade ou desconforto".

O requerimento do desembargador, pedindo escusa de participação enquanto relator nos recursos do caso em que o F. C. Porto foi condenado a pagar indemnização de cerca de dois milhões de euros, justifica-se apenas "por uma questão de transparência pessoal" que o juiz "sempre assumiu ao longo da sua carreira, e de proteção da boa imagem e do bom funcionamento da justiça".

Acrescenta Ataíde que "o convite dirigido àquele juiz pelo clube, para visitar as suas instalações, feito após atribuição do processo ao juiz, também não constitui motivo sério e grave para que o juiz possa ser dispensado do processo", pois "tal convite não foi mais do que, assim o considerou o Juiz, um 'sinal da sua [do Juiz] ligação ao clube' e um 'convite natural face à sua longa filiação clubística'".

Comentários
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  • Manuel
    25 jan, 2020 Moura 15:56
    Ao estado que isto chegou, uma autentica vergonha !
  • Adélio Pequenino
    23 jan, 2020 21:44
    A condução de veículos na via pública só pode ser exercida por pessoas que se encontrem em perfeitas faculdades mentais. Isto é, que não se encontrar em estado de embriaguez nem sofram de perturbações mentais. Porque, a cabeça é que dirige o corpo e o corpo é que dirige o veículo. Ora, um veículo conduzido por um ébrio ou por um doido pode provocar mortes. Mas a sentença proferida por um Juiz em estado de embriaguez , de loucura, ou de parcialidade, pode provocar revoltas e tumultos. Eis o que diz o juiz do tribunal da relação: frequenta a estádio com total anonimato. E , Depois contra diz : Acrescenta Ataíde que " o convite feito ao Juiz por aquele club… Ora, Como cidadão, pergunto : o club sabia ou não sabia que o cidadão Eduardo Rodrigues Pires é Juiz ? Ora, o Senhor Juiz Eduardo Rodrigues Pires é imparcial. O Senhor Ataíde aparenta não o ser… As bebidas alcoólicas, cada vez mais adulteradas , estão a perturbar as mentes. Urge fazer lei para submeter os juízes ao teste de alcoolemia no ato da leitura da sentença… Muito boa noite.
  • Marden Morais
    23 jan, 2020 19:59
    Sou Benfiquista,mas se for culpado, Vieira,como qualquer outro,tem que arcar com as consequências.

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