08 jul, 2021 - 23:06 • Redação
O advogado de Luís Filipe Vieira, Magalhães e Silva, garante que o seu constituinte “continua sereno”.
"Continua claramente sereno e até uma vez ou outra a dizer uma graça. Temos de procurar criar ambiente descontraído, por maior que seja a angústia, sai uma graça aqui e ali", disse o advogado à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.
Apesar disso, Magalhães e Silva referiu que Luís Filipe Vieira está “muito triste pelo que está a acontecer ao Benfica com esta situação e muito triste pela inquietação que os sócios do Benfica estão a sentir”.
“A convicção dele [Vieira] é de que está inocente e que não cometeu nenhum dos crimes de que está indiciado”, referiu o advogado.
No entanto, reconhece que a "gravidade teórica" dos indícios apontados pelo Ministério Público existe.
Magalhães e Silva explicou aos jornalistas que esta quinta-feira procedeu-se à "identificação e estudo do processo".
Questionado sobre a eventual saída de Luís Filipe Vieira da presidência do Benfica, o advogado não se compromete.
"É uma decisão que terá de tomar em tempo oportuno. Não sei se está em cima da mesa ou não”, referiu.
Já quanto a uma eventual prisão preventiva do seu constituinte, Magalhães e Silva também não deixa pistas, até porque Vieira ainda nem sequer foi ouvido.
"O juiz não me fez confidências, não faço ideia se vai alguma ideia na cabeça. Não vou pensar que, sem ter ouvido os arguidos ou o Ministério Público, já tenha uma decisão tomada", acrescentou.
O advogado admitiu ainda que, depois de consultar os elementos de prova no processo, “a gravidade teórica existe, efetivamente”.
Os interrogatórios aos detidos no âmbito do processo "Cartão Vermelho" vão prosseguir esta sexta-feira, a partir das 9h00, informa o Conselho Superior de Magistratura.
"Para continuação dos interrogatórios foi agendado o dia de amanhã a partir das 9h00, aguardando os detidos nessa situação até términos do interrogatório", lê-se no comunicado.
O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.
Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”.