09 jul, 2021 - 10:42 • Redação
Luís Filipe Vieira suspendeu funções como presidente do Benfica. A decisão foi anunciada pelo advogado do dirigente durante a manhã desta sexta-feira.
"O Benfica está primeiro. Perante os eventos dos últimos dias, em que sou diretamente visado, e enquanto o inquérito em curso puder constituir fator de perturbação, suspendo com efeitos imediatos o exercício das minhas funções", disse Vieira numa nota oficial lida pelo advogado.
O advogado esclarece que Vieira não se demitiu: "Suspensão é uma suspensão, não é uma renúncia. Nos termos em que está formulado, é uma suspensão enquanto o exercício de funções pudesse prejudicar este inquérito em curso".
Ao que tudo indica, será o vice-presidente Rui Costa a assumir funções no clube, como Bola Branca tinha anunciado na quinta-feira tinha anunciado na quinta-feira. O antigo jogador e vice-presidente desde as últimas eleições tem o apoio dos restantes elementos da direção, incluindo José Eduardo Moniz, também "vice" de Vieira e que estava igualmente a ser apontado à função.
Luís Filipe Vieira foi detido, na quarta-feira, após buscas, por suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Vieira passou as últimas duas noites deitod e será presente a primeiro interrogatório judicial e vai conhecer as medidas de coação aplicadas.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”. O caso tem o nome de "Operação Cartão Vermelho".
Vieira é uma das quatro pessoas detidas, que, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), são suspeitas de estarem envolvidas em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. O risco de fuga ditou as detenções.
Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de configurarem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.
O secretário de Estado do Desporto e da Juventude espera que haja "eficácia e celeridade" nos processos judiciais que envolvem o presidente do Benfica.
[Atualizado às 10h58]