09 jul, 2021 - 20:50 • Redação
Rui Costa falou pela primeira vez como presidente do Benfica, esta sexta-feira, para prometer compromisso e apelar à união em torno do clube.
Numa breve declaração aos jornalistas, em pleno relvado da Luz, o antigo jogador garantiu que assume a liderança da SAD e do clube, após a suspensão de funções de Luís Filipe Vieira, "com o mesmo orgulho, a mesma paixão e compromisso" com que vestiu pela primeira vez a camisola do Benfica. A mensagem foi de força e união: "Quero um Benfica forte e unido, e trabalharei diariamente para que isso aconteça."
"Sei a responsabilidade que hoje assumo e sei o que os benfiquistas esperam de mim. Tudo farei, tudo darei de mim, para que o clube seja cada vez maior. Os tempos são desafiantes, mas não são tempos de visões. São temos de nos unir em prol daquilo que é o mais importante: o Sport Lisboa Benfica", declarou o novo presidente encarnado.
Dinheiro de negócios do clube encarnado terá passa(...)
Rui Costa assumiu que a prioridade, neste momento, é a preparação da época desportiva, tanto no futebol como nas modalidades.
"Temos de o fazer com a maior das ambições. Este será sempre o meu foco e o meu lema: ganhar", sublinhou o antigo internacional português.
Rui Costa também aproveitou para transmitir uma mensagem de confiança a parceiros, acionistas e "acima de tudo aos sócios", garantindo que o Benfica continuará a honrar os seus compromissos.
"Saberei ouvir as mensagens dos benfiquistas, pondo sempre os interesses do clube à frente de qualquer coisa que apareça. Serei sempre um de vocês", afiançou a antiga glória do clube da Luz.
Ex-dirigente, que fez parte da Comissão de revisão(...)
O Benfica confirmou, esta sexta-feira, que Rui Costa assume a presidência da SAD e do clube, tal como Bola Branca avançara na quinta-feira, durante a suspensão de funções de Luís Filipe Vieira, após a detenção do presidente do Benfica, no âmbito da operação "cartão vermelho".
A nomeção do até agora vice-presidente do Benfica tem "efeitos imediatos" e "apoio unânime" dos membros da Direção do clube. A SAD encarnada também anunciou a suspensão, a pedido do próprio, de "todos os poderes, direitos e deveres" de Vieira, "por prazo indeterminado".
Em declarações à Renascença, Manuel Boto, antigo vogal do Conselho Fiscal e elemento integrante da Comissão que participou na revisão dos estatutos do clube em 2010, refere que, embora não esteja prevista pelos estatutos, a suspensão de Vieira "deve estar na lei geral", pelo que é admissível. Nesta situação, quem avança é o primeiro vice-presidente, precisamente Rui Costa, conforme decidido pelos órgãos sociais.
Por outro lado, o antigo dirigente encarnado assegura que, "do ponto de vista jurídico", os restantes membros da Direção de Luís Filipe Vieira "têm legitimidade para continuar" ao comando do clube. O cenário de eleições antecipadas só é possível por uma de duas vias.
"Pode haver um pedido de assembleia geral conducente à destituição dos órgãos sociais ou precedido por um plenário, em que discutido o assunto, entendam que no interesse do Benfica se devem demitir e, então, convocar eleições antecipadas", esclarece Manuel Boto.
Também à Renascença, Toni, antigo jogador, treinador e dirigente do Benfica, diz que Rui Costa "tem de ser aglutinador e trazer estabilidade".
Operação "cartão vermelho"
"Não há nenhuma razão para que não responda, a não(...)
Luís Filipe Vieira foi detido, na quarta-feira, após buscas, por suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais. O presidente suspenso do Benfica passou as últimas duas noites detido e será presente a primeiro interrogatório judicial, para conhecer as medidas de coação aplicadas.
Esta sexta-feira, já não foi possível interrogar Luís Filipe Vieira, cuja sessão passou a estar agendada para sábado de manhã.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os quatro detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. O risco de fuga ditou as detenções.
Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente”, suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.