28 set, 2021 - 14:30 • Redação
Jorge Jesus reconhece que qualquer equipa fica mais fraca sem Messi, no entanto, sublinha que o Barcelona "continua a ser uma das melhores equipas do mundo" e criará muitas dificuldades ao Benfica, na quarta-feira, na Luz, na segunda jornada do grupo E da Liga dos Campeões.
Na conferência de imprensa de antevisão da partida, esta terça-feira, o treinador do Benfica salientou que o Barcelona continua a ter "grandes jogadores" e que os encarnados terão "imensas dificuldades":
"Achamos que o Barcelona não é tão forte porque o Messi não está. Qualquer equipa do mundo, seja o Barcelona ou outra, fica mais forte se tiver o Messi? Sem dúvida nenhuma. Mas o Barcelona não deixa de ser uma equipa muito forte e não deixa de ter como ambição ganhar esta Champions. Este ano, só perdeu um jogo, com o Bayern de Munique. Não vejo que o Barcelona passe do 8 para o 80 por perder o Messi. Quando tinham o Messi também perderam para o Bayern Munique por 8-2."
Jesus salientou, também, que o Barcelona tem uma ideia de jogo muito mais antiga que Messi e "independente de estar lá A ou B".
"Se deixas esta equipa com muito espaço entrelinhas morres. O Barcelona tem uma cultura de ataque posicional, desde Cruyff, que mesmo na formação é trabalhada. Todos os jogadores do Barcelona sabem a filosofia da equipa com bola. Ela é modificada em função da valorização, melhor ou pior, da qualidade individual dos jogadores.
Para o Benfica, "jogar com o Barcelona ou em Guimarães é igual", mesmo perante uma equipa cujo forte é o ataque posicional "em qualquer fase do campo" e com intérpretes que permitem "sair para o jogo no risco".
"Espero conseguir dificultar a primeira fase de saída do Barcelona, sabendo que tem muita qualidade para sair da zona de pressão. Mas vamos arriscar porque não queremos mudar a nossa ideia de jogo", frisou.
Há um momento de jogo, contudo, que "não preocupa nada" Jorge Jesus - a transição ofensiva, arma que o Barcelona tem dificuldades em travar:
"Quem tem de se preocupar com isso é o treinador do Barcelona. Tudo o que seja organização da nossa equipa com bola não estou muito preocupado, porque aí é o treinador do Barcelona que tem de perceber como é que tem de parar o Rafa e o Darwin, com a sua velocidade."
Por falar em avançados, Jesus admite que os seus jogadores "cada vez mais estão a conhecer-se uns aos outros", o que lhe permite escolher "mediante o momento, a condição física e a estratégia para o jogo".
"Tudo é diferenciado, mas sempre com uma certeza: a qualidade está lá, por isso a minha escolha nunca irá baixar o rendimento", assinala.
Apesar de enaltecer a velocidade de Rafa Silva, que tem jogado a "10", Jorge Jesus admite a possibilidade de mudar o sistema, de forma a condicionar a ação de Sergio Busquets e Frenkie de Jong, os motores do meio-campo do Barça. O treinador do Benfica pondera deslocá-lo para a direita ou mesmo abdicar do internacional português.
"Verdade. É uma hipótese. Ganhas umas coisas, perdes outras. Podes ser melhor defensivamente, mas perdes velocidade e agressividade ofensivamente. Vou ter de decidir o que vou fazer", reconhece.
Quem não dará dor de cabeça a Jorge Jesus é Diogo Gonçalves, que não recuperou de lesão e não fará parte da convocatória.
"Já está estipulado clinicamente que ainda não está em condições. Temos várias hipóteses. O André [Almeida] também vai estar na convocatória, mas ainda não está com o ritmo exigível para um jogo de Champions. Além do [Gilberto] e do Valentino Lázaro, que jogou este último jogo [com o Vitória]. É uma das posições em que tenho várias hipóteses para poder resolver sem problema nenhum", assume.
O Benfica defronta o Barcelona na quarta-feira, às 20h00, no Estádio da Luz. Encontro da Liga dos Campeões que terá relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.