31 jan, 2022 - 18:17 • Redação
O Benfica informou, esta segunda-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que "não pretende prosseguir os contactos informais" com o empresário norte-americano John Textor.
Em comunicado da SAD do Benfica à CMVM, informa-se que o clube, fundador e acionista maioritário, decidiu terminar os contactos com Textor "por entender que os mesmos não são oportunos neste momento".
A nota explica que os contactos se destinaram "a melhor compreender" o interesse do empresário norte-americano em comprar parte das ações da SAD "e não tiveram por objeto qualquer operação ou projeto em concreto".
O empresário norte-americano pretende comprar 25% (...)
John Textor entrou em cena como potencial comprador de 25% do capital social da SAD do Benfica a José António dos Santos, mais conhecido como "Rei dos Frangos". Contudo, após um longo vaivém com o Benfica, clube, a percentagem da eventual compra reduziu para 16.
A 16 de julho, a Direção do clube anunciou que, na condição de detentor de ações de Categoria A no capital da SAD, opunha-se ao negócio.
A compra de 16% do capital da SAD por parte de John Textor depende de aprovação prévia em assembleia geral (AG) com voto favorável do clube. Assim, a Direção do Benfica declarou "considerar inoportuna" esta operação, pelo que à mesma se oporia, "no exercício dos seus direitos e deveres", caso viesse a ser sujeita a deliberação em AG da SAD.
"Neste contexto, a Direção do Sport Lisboa e Benfica esclarece ainda que considera inoportuno receber, de maneira formal ou informal, o Sr. John Textor nesta altura", podia ler-se no referido comunicado.
Nesse sentido, John Textor anunciou que tinha suspendido a compra até depois das eleições. Notícia confirmada pela SAD do Benfica, que revelou que o prazo do acordo fora estendido até 31 de dezembro.
Após as eleições, o presidente do Benfica, Rui Costa, iniciou contactos com Textor para "avaliar intenções". Contactos esses que agora terminam, segundo informou a SAD à CMVM, esta segunda-feira.
Empresário norte-americano prepara-se para investi(...)
José António dos Santos e Luís Filipe Vieira são arguidos da operação "cartão vermelho", que investiga suspeitas de vários esquemas de fraude que causaram prejuízos à SAD do Benfica, ao Novo Banco e ao Estado português, através de impostos não cobrados e injeções de capitais públicos no Novo Banco e de financiamento ao Fundo de Resolução.
Financiamentos suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".
Também são arguidos o filho do ex-presidente do Benfica, Tiago Vieira, e o agente de futebol Bruno Macedo. A investigação envolve financiamentos e negócios que superam os 100 milhões de euros.