03 fev, 2022 - 18:45
João Carvalho, antigo presidente do Conselho Fiscal das águias, junta a sua voz à do candidato derrotado nas últimas eleições, Francisco Benítez, e fala de um branqueamento por parte de Rui Costa, quando este aponta o dedo às arbitragens após o desafio com o Gil Vicente.
"Não vale a pena Rui Costa atirar-se às arbitragens, isso é branquear a situação. É verdade que ainda ontem o árbitro se enganou mas o Benfica não fez por ganhar o jogo. Algo está mal, o rei vai nu", refere.
Equipa técnica e jogadores, os menos culpados
Ponto por ponto, João Carvalho até coloca jogadores e treinador num patamar abaixo na hierarquia de culpabilidade. E considera que há desorientação, neste momento, no Estádio da Luz.
"O Benfica não tem planeamento, não tem objetivos. De que vale a Rui Costa dizer que é o responsável? O que isso nos interessa? O que interessa é que ele resolva as coisas, foi para isso que os sócios votaram nele. A equipa tem de tentar atingir o segundo lugar no campeonato já que as taças foram à vida. Quanto a mim, o treinador e os jogadores são os menos culpados disto tudo porque a indefinição da gestão repercute-se nos trabalhadores. Isso acontece em qualquer lado e, no Benfica, nota-se uma grande desorientação", acrescenta.
Rui Costa não corta com o passado
Por fim, nestas declarações a Bola Branca , o antigo dirigente benfiquista considera que a ausência de um corte com o passado de Vieira contribui, igualmente, para o atual estado de coisas. E assim sendo, a prometida auditoria passa para segundo plano.
"Não vejo interesse em divulgar os resultados da auditoria. O senhor Rui Costa, presidente do Benfica, tem de quebrar o elo com os antigos dirigentes. Enquanto isso não acontecer, vai andar a arrastar-se e não consegue dar um murro na mesa em relação ao passado. Há que saber o que se passou de mal, é verdade o que tem saído na comunicação social em relação a Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira? Se é verdade, tem de se atuar com processos disciplinares, se não for verdade têm de calar-se para sempre. Mas é o presidente que tem de vir falar disso e não vejo vontade de o fazer", remata.