14 fev, 2022 - 22:05 • Redação
O Benfica garante que a SAD nunca foi confrontada com possíveis ligações ao antigo árbitro Bruno Paixão ou suspeitas de corrupção desportiva, no âmbito do processo "Saco Azul".
Esta segunda-feira, a CNN e a TVI adiantaram que Bruno Paixão e o Benfica estavam sob suspeita de corrupção desportiva, devido a pagamentos efetuados ao antigo árbitro por parte de uma empresa informática ligada ao Benfica e implicada no processo em causa.
Em comunicado, contudo, o clube sublinha que, "no âmbito do referido processo, nunca a Benfica SAD ou os seus representantes legais foram confrontados com quaisquer factos que envolvessem o nome do Senhor Bruno Paixão e/ou quaisquer acusações de corrupção desportiva".
"As diligências de inquérito foram já concluídas, aguardando o processo apenas o despacho final que põe termo ao inquérito. (...) Os representantes legais da Benfica SAD foram, nos termos da lei, confrontados exclusivamente por factos respeitantes a indícios de fraude fiscal, tendo o Ministério Público abandonado a tese inicial de branqueamento de capitais", pode ler-se no site do Benfica.
A Benfica SAD revela, ainda, que já submeteu um pedido de aceleração processual, dado que o processo dura "desde há já vários anos".
De acordo com a CNN e a TVI , o antigo árbitro Bruno Paixão é suspeito de ter recebido pagamentos de milhares de euros da empresa "Best for Business", ligada ao Benfica e implicada no processo "Saco Azul".
Esta empresa, detida por José Bernardes, arguido no processo, terá servido de "saco azul" (forma encapotada de suborno) do Benfica.
Os referidos pagamentos a Bruno Paixão indiciariam corrupção desportiva. Sendo provado, poderia levar o Benfica a descer de divisão.
Em declarações às duas estações, Bruno Paixão negou quaisquer irregularidades e referiu que os ditos pagamentos se referem a "um serviço de controlo de qualidade" que diz ter prestado no âmbito de uma atividade paralela à de árbitro, de certificação de qualidade de empresas.
"Conheço José Bernardes, e, aqui há uns anos, durante alguns meses, tentei implementar um sistema de controlo de qualidade, o ISO 9001, na empresa 'Best for Business'", referiu, sublinhando que o facto de ter prestado serviços a uma empresa implicada num caso de justiça com um clube de futebol não passou de mera coincidência.
Em causa, no processo "Saco Azul", está o pagamento de 1,9 milhões de euros do Benfica à empresa referida, por serviços de consultoria fictícios.
Além de José Bernardes, também são arguidos Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, os administradores da SAD encarnada Miguel Moreira e Domingos Soares de Oliveira, e a própria Benfica SAD. Todos são suspeitos dos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A TVI adianta que as informações obtidas sobre Bruno Paixão foram incluídas noutra investigação ao Benfica por suspeitas de corrupção desportiva, que nasceu do chamado "caso dos e-mails" e que também já incorporou o caso dos "vouchers" e o processo "Mala Ciao".