09 mar, 2022 - 19:09 • Lusa
Cinco futebolistas do Benfica ajudaram esta quarta-feira na recolha de produtos para ajuda humanitária à Ucrânia, junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, num total de mais de 100 toneladas de bens angariados e divididos por cinco camiões.
O avançado internacional ucraniano dos encarnados, Roman Yaremchuk, também tinha presença prevista para esta ação, mas sintomas gripais aconselharam ao seu recolhimento, segundo o Benfica.
Quem esteve no voluntariado organizado pela Fundação Benfica e a SIC Esperança foram o defesa belga Jan Verthongen, o capitão André Almeida, o avançado Gonçalo Ramos, o médio Paulo Bernardo e o defesa Tomás Araújo, na tenda gigante instalada entre as portas 22 e 24 do recinto das águias.
"É bom ver tantas pessoas envolvidas e, obviamente, o Benfica também. Vivemos cá numa situação confortável e há pessoas a passar por uma crise neste momento. Tudo o que podermos fazer, devemos sempre ser capazes de ajudar", afirmou o central dos 'diabos vermelhos' da Bélgica, considerando que é bom para Yaremchuk jogar porque "pode ser uma pequena distração focar-se no futebol".
Entre dezenas de outros voluntários anónimos, os atletas do Benfica separaram os diversos produtos, principalmente de saúde, higiene e alimentos não perecíveis, e embalaram-nos antes de serem etiquetados e acondicionados em paletes, no meio de monta-cargas e centenas de caixas de cartão.
"Somos muito mais do que simples atletas ou jogadores de futebol. É importante ver a envolvência não só do Benfica, mas de Portugal, nesta causa. É uma situação que ninguém consegue imaginar, mas damos o nosso melhor para ajudar", disse Gonçalo Ramos.
Paulo Bernardo afirmou a vontade de "ajudar um país que está a passar uma situação muito delicada", frisando que, "antes de jogadores", os atletas são "pessoas" que querem dar "o contributo e mostrar às pessoas que também o devem fazer".
A campanha "We Stand With Ukraine" (Estamos Com a Ucrânia, em Inglês) começou a recolha na quinta-feira, em 120 pontos por todo o país, entre casas do Benfica, lojas e escolinhas do clube e 20 Organizações Não Governamentais (ONG).
"Queríamos enviar já amanhã [quinta-feira] a caravana humanitária, mas ainda há muita coisa a caminho e por tratar. Vamos a caminho do quinto camião TIR (Transporte Internacional Rodoviário). Cada um leva cerca de 24 toneladas, portanto serão mais de 100 toneladas", disse o diretor da Fundação Benfica, Jorge Miranda.
A receção dos bens será depois tratada localmente pelo exército polaco e uma ONG ucraniana.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro um ataque à Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.