18 abr, 2022 - 12:45 • Luís Aresta
O antigo dirigente do Benfica, José Manuel Antunes, atira-se às arbitragens para justificar, em boa parte, o iminente título do FC Porto e o insucesso das águias esta época.
Poucas horas depois de o Benfica ter derrotado o Sporting (0-2) em Alvalade, permitindo ao FC Porto aproximar-se do título, José Manuel Antunes "rasga" o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e a equipa que nomeou para o dérbi de Alvalade.
“O Benfica foi massacrado por uma arbitragem absolutamente vergonhosa, quer do árbitro senhor Fábio Veríssimo, quer do Hugo Miguel como VAR, com três ou quatro expulsões por marcar”, declara, a Bola Branca.
José Manuel Antunes alude à entrada de Sarabia, por trás, na perna esquerda de Vertonghen, a uma alegada cotovelada de Coates no internacional belga e ao pontapé de Nuno Santos na cara de Gilberto para concluir que a arbitragem do dérbi “foi uma vergonha” e que “o senhor Fábio Veríssimo não tem qualidade para apitar no primeiro escalão, foi levado ao colo e aos ombros por este Conselho de Arbitragem que tem feito provocações atrás de provocações”.
O antigo dirigente do emblema da Luz na era de Vale e Azevedo entende que “esta nomeação, quer do árbitro, quer do VAR, pelo menos conotados como sendo adeptos do Sporting, foi mais uma provocação ao Benfica”.
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O Benfica ganhou com mérito ao Sporting, mas na opinião de José Manuel Antunes, “falar em banho é capaz de ser um exagero”. Considera, porém, que “nitidamente o Nelson Veríssimo esteve melhor que o Rúben Amorim”.
Já quanto ao mérito do FC Porto no campeonato que, mais jornada menos jornada, dará direito a festa nos Aliados, o antigo dirigente do Benfica rejeita aceitar que o título esteja bem entregue.
“Claro que não está”, declara sem hesitar, mesmo dando de barato que “o Benfica jogou mal, teve uma primeira volta com o antigo treinador que era difícil de ver jogar por quem ama o Benfica” e que “de facto tem as suas culpas próprias”.
No entanto, é nas arbitragens – e no jeito que vê em Taremi para a natação – que José Manuel Antunes encontra as principais razões para o Porto ser campeão.
“Os erros de arbitragem sucederam-se, estão elencados e há 9 ou 12 pontos que foram retirados ao Benfica, para além dos mergulhos sempre espetaculares do Taremi e das expulsões. As estatísticas estão aí publicadas. É o acumular dos 40 anos do reinado do senhor Pinto da Costa na sua expressão quase normal de que é assim porque é assim, e não é. É uma vergonha o que se passa”, considera.
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Confrontado com uma possível transferência de Darwin Nuñez no fim da época, José Manuel Antunes, defende nesta entrevista a Bola Branca que “Darwin vale mais do que valia o João Félix quando foi vendido” e que “essa devia ser a tabela mínima”.
Na sua opinião, o avançado uruguaio “tem vindo a revelar-se de jogo para jogo e ainda ontem foi ele que decidiu”.
"Por menos de 100 milhões não o vendia, porque ele ainda vai render mais. Ainda é um jovem e, se fosse eu a decidir, por menos de 100 milhões guardava-o no plantel para o valorizar mais”, atira.
Mais pacífica, para José Manuel Antunes, será a saída de Nelson Veríssimo do comando técnico do Benfica, após a 34ª jornada, porque as arbitragens não justificam tudo.
“Nos jogos mais importantes o Nelson Veríssimo esteve muito bem, nos outros a equipa parecia jogar à Jorge Jesus, tristonho e encurralado, não por uma equipa de onze, mas de catorze ou quinze, com o VAR. A imprensa foi unânime em atestar o penálti que ficou por marcar num jogo, os golos invalidados noutro, as atuações do senhor Soares Dias, entre outros", diz, antes de concluir.
"Foi muita coisa no mesmo campeonato, a somar à ineficiência do Benfica. Acho que era de mudar, mas não sei se para um estrangeiro. Não tenho opinião formada sobre isso, mas confio na direção do Benfica que com certeza escolherá o melhor, sobretudo no Rui Costa, que é uma pessoa experiente no mundo do futebol. Devemos estar unidos em torno da ideia dele e do que decidir para o clube”, remata.