06 jun, 2022 - 18:15 • Rui Viegas
Renato Paiva, que treinou Ricardo Horta na formação do Benfica, admite que o internacional português esteja ansioso com o arrastar da transferência do Sporting de Braga para a Luz. No entanto, garante que o avançado é "um profissional de mão-cheia" e, seja qual for o desfecho, dará o melhor de si pelo clube que representar na próxima época.
O Benfica espera resgatar o quanto antes o capitão do Braga, de 27 anos, aumentando os valores da proposta ao Braga. Atualmente nos mexicanos do León, Renato Paiva ainda fala bastante com Ricardo Horta, que orientou na formação encarnada. Em entrevista a Bola Branca, o treinador tece fortes elogios ao extremo, que, no entanto, estará, também, ansioso com tudo o que se tem passado em seu redor.
"Sente uma natural ansiedade. Óbvio. Quando te oferecem melhores condições em relação ao lugar onde estás, por muito que gostes desse lugar acabas por querer melhorar a tua vida financeira e desportiva. Obviamente que o SC Braga é um grandíssimo clube em Portugal, mas o Benfica é o Benfica. Para além de o Ricardo ser benfiquista, que é outra coisa que pode não influenciar muito, mas pode influenciar alguma coisa. Quando as coisas não se reslvem, é natural que a ansiedade comece a tomar conta das pessoas", assume o técnico.
Renato Paiva é amigo de Ricardo Horta, com quem fala "muitas vezes". Pelo conhecimento que tem do avançado, deixa uma garantia:
"Tenho a certeza absoluta de que, se as coisas [transferência] não funcionarem, o Ricardo ficará triste, mas é um super profissional. Onde o Ricardo tiver de jogar, assim que iniciar a pré-temporada, é onde vai jogar e vai jogar como sempre e vai treinar como sempre. É um pro de mão cheia e, seja no Braga ou no Benfica, seja onde for, não tenho dúvidas absolutamente nenhumas que o Ricardo vai ser igual a si próprio."
Renato Paiva não fica admirado com a cobiça encarnada por Ricardo Horta. Aliás, considera que já vem tarde e que o capitão do Braga "tem sido subvalorizado no mercado nacional e no mercado internacional".
"O que ele tem feito ao longo ao longo da sua carreira no SC Braga tem sido notável pela qualidade e pela regularidade. Ao fim e ao cabo, é essa regularidade que te leva, época após época, a somar golos e golos e, neste momento, a ser o melhor marcador da história do SC Braga. Isso não se faz de um dia para o outro, nem numa época. Acho é que as pessoas andaram desatentas muito tempo. Se calhar, se fosse estrangeiro, mais rapidamente teria sido contratado", atira o atual treinador do León.
Renato Paiva assume que, por ter "a etiqueta da formação", tende mais a olhar para o produto nacional. Ainda assim, afiança que, no caso de Ricardo Horta, nem se trata disso: "Vem tarde e não é só esta época. É uma sucessão de épocas fantásticas que o Ricardo tem vindo a fazer."
Quanto a um futuro no onze inicial do Benfica, Renato Paiva sustenta que Ricardo Horta chegaria a um novo contexto, pelo que teria de voltar a impor-se. Não obstante, acredita que poucos estariam à frente do avançado, de 27 anos, no hierarquia de Roger Schmidt.
"Depende da ideia de jogo que o treinador tiver, depende dos jogadores que estiverem. Vai ter de luar pelo seu lugar. É algo que o trabalho definirá. Agora, eu acho que pela inteligência com que o Ricardo joga, pela qualidade técnica que tem e pela capacidade finalizadora que tem, não será fácil encontrar muitas soluções melhores", argumenta.