08 jun, 2022 - 12:45 • Luís Aresta
Rui Costa tem o apoio de Bruno Costa Carvalho, que espera do presidente do Benfica uma atitude calma e tranquila, na assembleia geral do clube, esta quarta-feira.
A reunião magna dos associados do Benfica, marcada para as 20h30, no pavilhão nº 2 da Luz, tem como objetivo discutir e votar o orçamento para a época 2022/23, mas pode ser virada do avesso pelas mais recentes declarações de Luís Filipe Vieira.
Em dois dias, em duas aparições consecutivas na CMTV, o ex-presidente do Benfica marcou a sua própria agenda, referindo-se a Rui Costa como um presidente hesitante, dando cotação de 150 milhões de euros a Darwin Nuñez, interrogando-se por que motivo Rui Pedro Braz ainda não foi despedido e considerando os treinadores Rúben Amorim ou Leonardo Jardim melhores soluções do que o alemão Roger Schmidt.
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Pelo meio, Luís Filipe Vieira ainda teve tempo de meter Eusébio ao barulho, arvorando-se como o único dirigente do Benfica que tratou o “King” com o devido respeito, lançando sobre o jornalista João Malheiro suspeitas de que este apenas se aproveitou em benefício pessoal da maior referência da história do Sport Lisboa e Benfica. Malheiro vai avançar com um processo-crime por difamação contra Luís Filipe Vieira. Mais comedido tem estado Rui Costa, que se mantém silencioso, como que ignorando a súbita investida do seu antecessor.
“Quando alguém está a mexer na lama, a outra pessoa deve estar sossegadinha e caladinha. Aplaudo fortemente a atitude de Rui Costa, de não ter alimentado nem dado troco a este triste espetáculo a que temos assistido na CMTV. É triste e acho que a resposta de Rui Costa, com o seu silêncio, é perfeita”, diz a Bola Branca Bruno Costa Carvalho.
O antigo candidato à presidência do Benfica espera que na assembleia geral de hoje, Rui Costa seja um presidente “calmo, tranquilo e que não saia da perspetiva de que esta assembleia geral existe pelo orçamento. Depois os sócios vão falar, mas acho que o Rui Costa se deve manter à parte dessa discussão. Deve escutar, ouvir o sentimento dos sócios, mas acho que não se deve referir a esse assunto, manter-se afastado da polémica e pensar no futuro do Benfica, que é que nos interessa a todos”, declara.
Contra a expulsão de Luís Filipe Vieira ou de qualquer presidente
Bruno Costa Carvalho não concorda com uma eventual expulsão de Luís Filipe Vieira da condição de associado do Benfica, mas considera provável que essa proposta venha a ser defendida por alguns sócios à margem da ordem de trabalhos da assembleia geral.
“Está muito fresco e é provável que isso venha a acontecer. Não ficava nada surpreendido, ainda que eu não defenda para o Benfica o caminho de andar a expulsar presidentes. Já sabemos como são as assembleias gerais e como são as emoções. Tenho de ser sincero, é um cenário bastante previsível, ainda que eu não esteja de acordo”, sublinha.
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As declarações recentes de Luís Filipe Vieira sobre o Benfica são vistas por Bruno Costa Carvalho como descabidas.
“Esta quebra de silêncio de Luís Filipe Vieira, na minha opinião, é bastante despropositada. Não me refiro aos negócios dele, porque relativamente aos problemas jurídicos tem todo o direito de falar o que entender, mas acho que devia ter deixado o Benfica de fora; isso pode toldar a assembleia-geral, provocando a reação de vários sócios” admite.
Avesso a “revoluções”, mas a favor de Rui Costa e agradado com arranque de Roger Schmidt
Nesta entrevista à Renascença, Bruno Costa Carvalho faz notar que Rui Costa, enquanto presidente, está a preparar, de raiz, pela primeira vez, uma época futebolística do Benfica, razão pela qual lhe dá o “benefício da dúvida”.
Sob a batuta do antigo “maestro”, Roger Schmidt vai operando no plantel encarnado uma autêntica “revolução”, termo que desagrada ao associado do Benfica, mas que não o impede de dar nota positiva ao técnico germânico.
“O treinador entrou muito bem, com um discurso muito acertado. Todos reconhecemos que o plantel precisava de acertos. O termo revolução assusta-me; tenho 53 anos, lembro-me da revolução que houve com Artur Jorge e tenho sempre algum receio, ainda que o contexto seja completamente diferente. Acredito que as coisas estão a ser feitas com cabeça e acho que temos de dar o benefício da dúvida a Rui Costa. É a primeira época que ele vai preparar de raiz e tem o meu apoio” conclui.