07 set, 2022 - 15:23 • Redação
O Benfica apresenta resultado líquido negativo de 35 milhões de euros relativamente ao exercício 2021/22, já contando com a venda de Darwin Núñez ao Liverpool por 75 milhões de euros iniciais e a participação nos quartos de final da Liga dos Campeões.
No Relatório e Contas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta quarta-feira, a Benfica SAD refere que o resultado negativo é "significativamente influenciado pelo resultado obtido com transações de direitos de atletas, bastante inferior aos valores alcançados nos últimos exercícios".
Os rendimentos da Benfica SAD totais ascendem a 240,2 milhões de euros, o terceiro melhor exercício de sempre. A chegada aos quartos de final da Liga dos Campeões, na temporada passada, teve "um impacto considerável" neste valor.
O Benfica declara ativo de 533,7 milhões de euros, um crescimento de 2% face ao exercício anterior, mas também um passivo de 424,7 milhões, um aumento de 11,9%.
O valor da dívida líquida da Benfica SAD atinge os 147,1 milhões de euros, um aumento de 45,8% face ao exercício homólogo. A sociedade atribui este valor ao "impacto da covid-19, aliado aos investimentos realizados no reforço do plantel de futebol".
O Benfica declara 22,6 milhões de euros de gastos e 64,2 milhões de rendimentos, para uma diferença de 41,6 milhões, em venda de jogadores, um decréscimo de 52,5% face aos 87,6 milhões de euros apresentados na época 2020/21.
O valor líquido das vendas do Benfica ascendeu aos 120 milhões de euros, mas as deduções (contabilidade, comissões, mecanismo de solidariedade) foram de 72,3 milhões.
"Apesar do valor bruto das vendas de direitos de atletas ter superado o montante do exercício transato (em 2021/22, esse valor atingiu os 124,4 milhões de euros, o que compara com o montante de 110,1 milhões de euros registado em 2020/21), os resultados obtidos com as transferências realizadas foram inferiores, uma vez que os principais jogadores transferidos foram adquiridos por valores significativos e não são provenientes da formação", explica o Benfica.
A grande venda da época para o Benfica foi a de Darwin Núñez ao Liverpool, por 75 milhões de euros, que, no entanto, só gerou um ganho de 40,5 milhões. Foram deduzidos 34,5 milhões de euros em mecanismo de solidariedade, compromissos com terceiros, comissões por intermediação e valor líquido contabilístico do direito do atleta à data de alienação.
A SAD do Benfica refere, ainda, que gastou 111,9 milhões de euros na aquisição de jogadores, um decréscimo de 23,5% face ao período homólogo. Incluem-se neste cálculo as contratações de Roman Yaremchuck, Souliho Meité e João Mário para a época 2021/22 e de David Neres, Alexander Bah e Musa para 2022/23.
Neste resultado, cujo exercício terminou a 30 de junho de 2022, não estão incluídas as compras de Enzo Fernández e Fredrik Aursnes, nem contratações de Julian Draxler e John Brooks. Também não foram contabilizadas as vendas de Yaremchuk, nem as saídas de Jan Vertonghen e Meité.
"No ano que atravessámos, ainda com as consequências da pandemia a fazerem-se sentir apesar de um paulatino regresso do público aos estádios e um lento reanimar do mercado de transferências - praticamente parado ao longo dos últimos dois anos – soubemos contornar os obstáculos decorrentes de uma época aquém dos objetivos no plano desportivo e lançar as bases para um relançamento auspicioso", diz Rui Costa, na mensagem do presidente no relatório.
O dirigente diz que "o início da presente temporada é um claro indicador que estamos no caminho certo".
"A construção do atual plantel, no seguimento do perfil que presidiu à escolha da equipa técnica, foram norteadas por uma clara aposta desportiva em detrimento de um resultado económico mais favorável - e facilmente alcançável, sublinhe-se -, no exercício em apreço", pode ler-se.
Rui Costa diz que o investimento é uma "opção consciente e ponderada, assumidamente estratégica, possibilitada pela excelente situação patrimonial da Benfica SAD".
(em atualização)