Vertonghen "nunca pensou sair do Benfica", mas "viu que não ia dar" após conversa com Schmidt

Jan Vertonghen trocou o Benfica pelo Anderlecht no último dia de mercado, depois de ter rejeitado uma proposta do clube belga no dia anterior à transferência. O central nunca pensou deixar clube encarnado, mas viu que não iria ter oportunidades após conversa com Roger Schmidt.

"Nunca pensei em sair, nunca. Eu queria jogar. Podia fazê-lo nos jogos europeus, nas Taças, ou devido a castigos e lesões de outros jogadores. Mas se chegas a um ponto em que és o único jogador que não sai do banco, começas a pensar. Ainda assim, eu queria ficar", começa por dizer, em entrevista ao canal belga "VTM".

O central de 35 anos esteve duas épocas no Benfica e afirmou que gostaria de terminar carreira na Luz. O defesa assume que a sua transferência foi uma "situação bizarra".

"É realmente bizarro. No dia de 31 de agosto, de manhã, o meu empresário ligou-me, porque o Anderlecht estava interessado em mim. Eles tinham de resolver rapidamente, porque tinham de entregar a lista de jogadores à UEFA. Isto foi quando eu ia a caminho do treino. E eu disse que não queria porque continuava com vontade de ficar no Benfica", disse.

O que fez Vertonghen mudar de opinião foi uma conversa com Roger Schmidt: "Cheguei ao clube e tive uma conversa com o treinador. Não quero entrar em detalhes sobre isso, mas depois dessa conversa tive a sensação de que as coisas não iam dar".

Apesar da transferência ter acontecido, Vertonghen assume que tudo foi muito rápido e doloroso.

"O presidente do Anderlecht estava a pressionar, tinha de saber a minha decisão em duas horas. Decidi e o presidente do Anderlecht disse-me que tinha de viajar quatro horas depois. Eu disse que não podia ser, que tinha de contar a notícias aos meus filhos. Dói muito, foi a decisão mais difícil que tive de tomar enquanto futebolista", atira.

Vertonghen recorda que o filho "estava no avião a chorar no seu dia de aniversário": "Ele não queria sair de Portugal. Mas agora já estamos na Bélgica, os meus filhos já vão à escola, temos uma casa e fui muito bem recebido no Anderlecht. Também há coisas positivas".

O central esteve duas épocas no Benfica, onde somou 89 jogos e apontou um golo.