22 abr, 2023 - 14:30
O treinador do Benfica, Roger Schmidt, mantém a ideia de que o VAR deveria acabar de modo a devolver "toda a responsabilidade aos árbitros".
"Se tivesse de decidir continuar no futebol com ou sem VAR, continuava sem VAR", disse o técnico alemão este sábado, na conferência de imprensa de antevisão do Benfica-Estoril de domingo.
"As minhas palavras foram um pouco influenciadas pelas decisões dos três últimos jogos. Fomos muito infelizes em ambos os jogos contra o Inter e contra o Chaves, podíamos ter merecido, em cada um, um penálti, mas também é a minha opinião no geral. Estive na China, nos Países Baixos e em Portugal com o VAR e, na minha opinião, há demasiadas opções diferentes", apontou.
"Por vezes, o VAR interfere, e, por vezes, não. Por vezes, há comunicação com o árbitro, e, por vezes, não. Na minha opinião, devia dar-se toda a responsabilidade de volta aos árbitros. Não estariam sempre 100% certos, o futebol é assim, mas acontece o mesmo com o VAR. Para mim, é frustrante se temos o VAR e tomam decisões erradas. Se não assinalassem o penálti em Milão, sem o VAR, diria que é difícil de ver, por isso, aceitava. Mas, com VAR, e ninguém verifica, é mais frustrante. Mas é a minha opinião pessoal. Não gosto."
Sobre a polémica das participações do Benfica contra o FC Porto, Schmidt recusou falar: "Não li nada sobre isso. Não vou comentar."
Para Schmidt, os portugueses "focam-se muito no futebol" o que faz do futebol "algo de muito grande".
"Vê-se isso mesmo quando se liga a TV ou se abre os jornais. Para ser sincero, não leio jornais e não percebo os programas televisivos, por isso, só posso dizer que há muitas pessoas interessadas, se não, não haveria tanto ruído. É do que as pessoas gostam. Portugal tem adeptos entusiastas e querem saber de tudo o que se passa. Faz parte do futebol, e gosto."
Noutro momento da conferência de imprensa deste sábado, o treinador do Benfica elogiou o campeonato e todo o futebol portuguesês, manfestando-se "impressionado".
"Estou impressionado com a qualidade do futebol português, com a qualidade dos treinadores. É uma competição difícil para ser campeão, porque, com Sporting, FC Porto e Sporting de Braga, há boas equipas no campeonato. Todas estas equipas demonstraram, não só na I Liga, como também nas provas internacionais, que são muito boas. Tiveram bons resultados e praticaram bom futebol."
"Cada campeonato tem a sua cultura, e, em Portugal, por vezes, jogamos em estádios muito grandes, e, noutras, em estádios muito pequenos, com poucos adeptos. Mas gosto desta experiência. Estou muito feliz, por isso é que renovei contrato. Sinto que estou no lugar certo", apontou.
Em relação ao duelo de domingo, na Luz, com o Estoril, o treinador benfiquista sublinhou que se trata de um jogo "perigoso" porque se aproxima o final da época e "o Estoril corre o risco de ser despromovido".
"Temos de estar muito bem organizados na defesa, para impedir os momentos de transição. Jogamos em casa e também temos um grande objetivo. Queremos ser campeões, por isso, estamos ansiosos por fazer um grande jogo, amanhã, e vencer", acrescentou
Questionado pelos jornalista sobre o balanço da temporada, Schmidt disse que só o fará "depois da última jornada", embora "aé agora, os jogadores tenha estado muito bem".
"Temos de demonstrar que somos capazes de continuar concentrados nos últimos jogos para nos sagrarmos campeões. Se fizemos isso, será uma temporada fantástica. Neste momento, não olhamos muito para a frente. Queremos ir passo a passo. O nosso foco é o jogo de amanhã. Para nós, seria muito bom voltar a ganhar, porque já não o fazemos há quatro jogos. Estamos muito motivados, focados e em boa forma. Vamos tentar demonstrá-lo em campo."
Sobre o momento da equipa, Roger Schmidt assume a responsabilidade pelos nuas resultados: "A responsabilidade é 100% minha. Eu sou o treinador, por isso, sou responsável por tudo."
O treinador benfiquista sublinhou que não quis desculpar-se com a pausa para os jogos das seleções: "Perguntaram-me sobre a pausa para seleções. Para mim, é crucial dar folgas aos treinadores neste tipo de calendários, em que os jogos são mais intensos e mais numerosos, e as pausas são mais curtas, se podes dar algumas folgas, é crucial. Isso significa que cumprem programas de treinos individualizados e trabalham em casa, mas podem descansar um pouco."
"Eu disse que o meu problema é que, por vezes, nas seleções, os jogadores vão e não jogam, por isso, passam dez ou 12 dias no hotel. O treino é quase zero, por isso é que perdem um pouco a forma, mas é normal. Não é só problema nosso, é de todos os treinadores. Continua a ser possível vencer jogos. Não uso isso como desculpa."