Meira e a saída de Grimaldo: “Decisão estranha, num momento desajustado”

Fernando Meira, antigo jogador do Benfica, que em 2002 trocou as águias pelo Estugarda, olha com estranheza para a saída de Grimaldo para o Bayer Leverkusen, com anúncio a uma semana do dérbi com o Sporting e a duas do final do campeonato.

A saída do lateral, em final de contrato com o emblema da Luz, não é surpreendente, mas o “timing” e a escolha de uma equipa que “não é assídua na Liga dos Campeões e que não luta para ser campeã na Alemanha” é algo em que “nem 10% das pessoas acreditariam”.

“O que é certo é que é uma decisão estranha e o timing também é estranho. O título já não deve fugir ao Benfica, mas isto acaba sempre por criar um burburinho e destabilizar um pouco o ambiente no balneário. É algo que entristece, principalmente sendo com um jogador com a importância do Grimaldo”, diz, em Bola Branca.

O anúncio do clube alemão surpreendeu os dirigentes encarnado e uma penalização poderá estar em cima da mesa. Para Meira, um castigo até pode ser aplicado, mas o espanhol “deve ser uma opção” para o jogo de domingo, no Estádio de Alvalade, que pode dar o título aos encarnados.

“O timing é desajustado, mas Grimaldo é um jogador importante e devia jogar sempre. Faltam apenas dois jogos e é importante que o Benfica seja campeão, ele próprio já disse isso: mais importante que a sua situação, é o título. Se é penalizado ou não, terá se ser o Benfica a decidir, mas o Grimaldo deve ser opção”, considera.

Há sete temporadas e meia no Benfica, Grimaldo é um dos capitães de equipa e um dos jogadores com presença mais consistente no na equipa inicial.

À Renascença, Meira sublinha que o importante é garantir o comprometimento do jogador para as últimas duas jornadas da I Liga, numa altura em que as águias lideram com quatro pontos de vantagem para o FC Porto.

“Importante é perceber se o Grimaldo está de corpo e alma no Benfica para estes dois jogos. Acredito que o esteja. Tomou a sua decisão, está tomada e agora é recuperar o jogador, mantê-lo junto ao grupo e acredito que ele profissional o suficiente para se centrar apenas no futebol”, conclui.