09 fev, 2024 - 20:44 • Redação
O presidente do Benfica, Rui Costa, comentou o mercado de inverno dos encarnados. Falou das sete saídas e das quatro entradas, mas também de Rafa e Di Maria e do “joker” Aursnes.
Em declarações à BTV, Rui Costa começou por deixar uma certeza: “A intenção é sempre melhorar o plantel e ajustar. Acreditámos que fizemos um bom trabalho, preenchemos a equipa com jogadores que podem acrescentar muito à equipa e estamos satisfeitos com o que foi o mercado com a esperança de que seja proveitoso no fim da época”.
A partir daqui a explicação para as saídas:
João Victor
“Foi contratado o ano passado, numa altura em que tínhamos como centrais Otamendi, Vertonghen e Morato e precisávamos de um quarto central. Encontrámos no João Victor. O António Silva acabou por ser a grande surpresa. O João Victor chegou lesionado e acabou por perder espaço. Foi emprestado, mas face aos poucos minutos, ambas as partes acreditaram que era o melhor”.
Jurásek
"O Jurásek tinha grande expectativa, até pelos números, e não me custa admitir que não teve o impacto que esperávamos, numa posição que não era nada fácil pelo impacto que Grimaldo tinha tido. Tendo em conta o quão custoso que foi, entendemos que fazer sair, ainda com a esperança que se reencontre, neste caso em concreto seria essencial valorizar este ativo. No final da época avalia-se a situação de novo."
Chiquinho
"Chiquinho foi importante, principalmente o ano passado quando saiu o Enzo e esteve na equipa que nos levou ao título. Com o João Neves e contratação de Kokçu, não teve os minutos que se esperava. Para nós, não foi extremamente vantajosa a nível financeiro, mas melhor do que se saísse livre. Esta época não teve os minutos que ele mesmo esperava. Entendemos que sempre o que deu ao clube, não merecia que lhe cortássemos esta oportunidade”.
Gonçalo Guedes
“O Guedes não era nosso jogador. Fez um ano que chegou por empréstimo. Foi fustigado por lesões que o condicionaram. Era um jogador que tinha poucos minutos, ainda para mais sendo jogador dos Wolves, teve a oportunidade de voltar a Espanha com um treinador que tinha tido no Valência. Foi uma vontade muito grande do jogador. Não merecia que quebrássemos a continuidade do seu percurso. Não posso esquecer o comportamento dele. Sempre mostrou grande empenho. Se duvidas existissem, o que se passou em Alvalade, onde se lesionou gravemente no joelho. A bem da verdade, ainda hoje ninguém percebe como aguentou os últimos 15 minutos em Alvalade e foi influente para o resultado final”.
Musa
"Musa é uma questão diferente. Teve mais minutos do que os três que acabámos de referir. Ainda assim, com a recuperação de Arthur, com a vinda de Marcos, e com a aposta em Tengstedt, fazia pouco sentido termos quatro avançados num modelo em que jogamos apenas com um. Aparecendo uma proposta como apareceu para o jogador e para nós, considerámos oportuno fazer essa mudança, sabendo que o Musa nos deu muito. Um jogador influente a sair do banco. Aparecendo esta proposta, de 12 milhões de euros, era vantajosa, e corríamos o risco de ele ter menos minutos no final da época e não termos este tipo de proposta”.
Lucas Veríssimo
“Foi uma pena. Quer pelo jogador, quer pelo homem. Extraordinário. Infelizmente, quando ele estava assumido como titular do Benfica e do Brasil, teve aquele azar com o Sp. Braga e uma lesão que o fez perder um ano. Apareceram António, Morato e o Lucas perdeu o espaço que tinha até então. Teve um comportamento exemplar no ano passado, mesmo não jogando. Foi emprestado para o Brasil, uma vez que havia pouco espaço no onze inicial para um jogador desta dimensão. Em janeiro, havia solução Corinthians ou aquela que aconteceu, a ida dele para o Qatar por uma verba boa”.
Gabriel
“O Gabriel não estava no plantel, nem o ano passado, não iria fazer, vinha de dois empréstimos, a ano e meio de terminar contrato procurámos soluções para rentabilizar ativos, acabámos por rescindir e libertá-lo e não tendo, assim, mais encargos”
Depois, os quatro reforços:
Prestianni
“Prestianni que foi o último a assinar, mas o que foi feito mais cedo. Cheguei a dizê-lo que estava feito para ele vir no verão passado, mas que não poderia vir nessa altura por causa da idade. Só poderia assinar quando fizesse 18 anos. Só não veio mais cedo por isso”
Marcos Leonardo
“Marcos Leonardo, admito facilmente que a carência de golos, entendemos que deveríamos ir ao mercado buscar um avançado. Entendo que as pessoas pensem que os reforços devem ter outra experiência nesta fase da época, mas de referir que não há nenhum clube que venda um avançado que esteja a fazer 20 golos em janeiro. Dentro da nossa política, encontrámos um jovem avançado que pudesse chegar e acrescentar, mas olhando para o futuro. Só foi possível ele vir agora porque o Santos desceu de divisão. Caso contrário, não chegaria ao nosso mercado. Não custou dinheiro vivo, só é paga a partir da próxima época. Com 20 anos, levava perto de 50 golos pelo Santos. Dá garantias para o futuro e presente”
Alvaro Carreras
“Trouxemos o Bernat e o Jurásek no verão. Se um era mais jovem e tinha margem de crescimento, o Bernat é um jogador consagrado com anos de PSG e Bayern. Era um valor afirmado e foi a nossa política para substituir Grimaldo. Infelizmente, o Bernat praticamente não esteve ao serviço do Benfica pelas lesões que teve. Tem sofrido bastante por estar ausente e nós também. O Bernat e Bah estiveram lesionados durante parte da época, isso causou-nos transtorno pelas lesões que tiveram. Era necessário reforçar, sobretudo a lateral-esquerda. Carreras entronca na política que usamos neste mercado. É jovem, tem 20 anos, mas com bom andamento nas pernas, titular da seleção de Espanha sub-21, escola Real e passou pelo United. Acreditamos muito no seu potencial. Tivemos a sorte de o trazer neste defeso
Rollheiser
“Rollheiser estava praticamente feito para o início da próxima época. Mas com a movimentação do Guedes e com Rollheiser, com a compra a ser só feita na próxima época, antecipámos cinco meses. Acreditamos que pode ser importante esta época, mas acima de tudo antecipando o que possa ser adaptação ao clube e a realidade diferente.
“Não há dúvidas para o talento nestes 4 reforços”, disse.
Rui Costa fez depois um resumo do atual plantel do Benfica: “tem 14 jogadores abaixo de 24 anos” e reforçou os elogios a Aursnes, “o joker”.
Aursnes
“É uma vantagem ter um jogador capaz de perceber o jogo em todas as posições e desempenhá-las com espetacularidade. Se avaliarmos a primeira parte da época de Aursnes, ele foi o melhor lateral-direito da Liga. Leva três golos e dez assistências. Mais do que discutir se está bem na posição, é se tem rendimento. Olha-se para Aursnes, como um joker. É um joker neste plantel porque consegue jogar bem em todas as posições”.
Plantel forte, equilibrado
“Não estamos, nem nunca teremos necessidade de fazer all in, acabámos por ter número equilibrado nas contas que nos permite olhar de forma positiva para o futuro. Há mercados em que teremos de gastar mais do que outros, uns em que prevalece a parte económica e outros a desportiva. Campeonato será sempre o nosso grande objetivo. Só podemos mudar 3, quisemos sangue fresco”
Rafa e Di Maria
“Abdicaram de muitos milhões de euros para estarem no Benfica.
O Di María abdicou de grandes contratos para vestir a nossa camisola. Tê-lo aqui mais uma vez depois do esforço que ele fez.
O Rafa, como é sabido, teve enormes propostas para sair e na tal famosa conversa entre o presidente do Benfica e o Rafa em Inglaterra, que parecia um golpe de estado, estabeleceu-se um compromisso entre ambas as partes. O Rafa rejeitou propostas enormes e o Benfica prescindiu de grandes propostas. O comportamento e o compromisso assumido desde aquele dia tem sido exemplar. Ele tem feito uma grande época e tem vontade de provocar sucesso ao clube.
O facto de ambos estarem no Benfica nestas condições merece o nosso respeito e aplauso. Têm influência em campo e no balneário”.