10 set, 2024 - 12:40 • Pedro Castro Alves
“Estão loucos”, diz Marco Paixão a Bola Branca quando questionado sobre o impacto de Aktürkoğlu entre os adeptos turcos.
O avançado contratado pelo Benfica ao Galatasaray por 12 milhões de euros marcou três golos ao serviço da Turquia, no jogo da Liga das Nações frente à Islândia. Um hat-trick que colocou o nome do extremo de 25 anos na ribalta, poucos dias antes do primeiro jogo pelas águias.
“Obviamente não é fácil marcar três golos num jogo, sobretudo pela seleção. Estão todos loucos, só se fala dele. Depois de ele ter saído do Galatasaray para o Benfica o impacto está a ser ainda maior e neste momento estão todos a falar dele aqui na Turquia”, conta Marco Paixão à Renascença.
O português, também extremo, está na Turquia desde 2018, primeiro no Altay, depois no Sanliurfaspor e agora no Bandirmaspor. É, por isso, conhecedor das características do futebol e dos jogadores deste país.
Kerem Aktürkoğlu tem dados nas vistas ao seriço do Galatasaray e não passou despercebido a Marco Paixão.
“É um grandíssimo jogador. Acho que ele tem um potencial enorme para ser um dos melhores na Europa. Na minha opinião, o Benfica contratou um grande jogador, um jovem em ascensão. Fiquei um pouco surpreendido por assinar com o Benfica, mas acho que o conseguiram contratar um bom jogador, que é visto aqui na Turquia como um jovem talentoso e que tem tudo para triunfar em Portugal”, diz.
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Históricamente, poucos jogadores turcos conseguiram vingar nas principais ligas europeias. Para Marco Paixão, tudo se resume ao facto de ser “difícil para os turcos adaptarem-se ao futebol europeu”. Dá até o exemplo do amigo Cenk Ozkacar, com quem se cruzou no Altay.
“Esteve no Valência [onde não se afirmou como titular] e, agora, foi contrato pelo Valladolid. É um exemplo disso”, começa por explicar.
“A principal diferença é que em Portugal, em Espanha ou em Itália, nós trabalhamos muito a tática e damos muito valor ao aspecto técnico do jogador. Aqui na Turquia, eles realçam muito e dão muita importância ao facto de um jogador ser forte fisicamente e estar sempre preparado para um jogo. Por isso, quando vão para a Europa, a adaptação é um bocado difícil ao princípio porque o choque cultural, a nível futebolístico, é grande”, completa.
Um coisa é certa: já com seis anos na Turquia, Marco Paixão está “super feliz” no país e “ficaria muito contente se alguns jogadores turcos, aos poucos, pudessem entrar no mercado português no futebol português e mostrar que aqui há muito talento”.