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Benfica

Valor "inevitável" por João Neves e o elo "que se partiu" com João Mário. Rui Costa explica as transferências de verão

24 set, 2024 - 20:07 • Redação

Em entrevista à BTV, o presidente do Benfica detalhou todos os negócios e explica que resultado financeiro negativo foi uma opção da direção para valorizar os jogadores e não vender à pressa.

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Rui Costa, presidente do Benfica, justificou todas as transferências no mercado de verão, que terminou com saldo financeiro amplamente positivo. À BTV, o dirigente explicou que o valor pela saída de João Neves era irrecusável e que "o elo de ligação" com João Mário partiu-se.

O dirigente acredita que Renato Sanches vai conseguir recuperar o fulgor na Luz apesar da recente lesão e que o plantel "está forte, competitivo e equilbrado".

A estratégia do mercado: "Tentámos criar um plantel de qualidade. Queríamos um plantel curto e temos 25 jogadores, um plantel com forte presença da formação, temos oito neste momento e nove se contarmos com o João Rêgo, e um plantel homogéneo e competitivo, mais competitivo do que foi na época passado. Acredito que no final do mercado, colmatando saídas que foi necessário colmatar, acabámos por conseguir o que pretendíamos. Vejo um plantel forte, competitivo e equilibrado"

Saída de João Neves: "Quando se fala de um jogador com o carisma do João é sempre uma dor perdê-lo. Fomos rejeitando propostas que tinham chegado mais cedo e de menor valor e fomos fazendo subir as propostas. Chegámos a um valor que era inevitável quer para um lado, quer para o outro. O João não queria sair do Benfica, mas há números que se tornam inevitáveis para o jogador e para o clube. Todos achamos que o João não tem preço, mas temos de olhar para o mercado e perceber como ele está a funcionar. Este foi o mercado mais baixo desde 2016 ou 2017, o primeiro em que não houve uma transferência acima dos 100 milhões de euros. Não estamos aqui para bater recordes, mas sim para valorizar os nossos jogadores. Se num outro ano os 60 milhões eram baixos, na atualidade está no top-5 das transferências mais altas deste mercado".

Marcos Leonardo: "Tem que ver com opções estratégicas do plantel. Contratámos o Pavlidis, que até agora parece ter justificado a sua aquisição. Na nossa estratégia desportiva quisemos ficar com apenas dois pontas de lança na área mais um que pudesse fazer outras posições. Fomos evitando as propostas pelo Marcos Leonardo até que chegou uma de 40 milhões. Apesar de considerarmos a margem de progressão do jogador, essas só aconteciam se ele jogasse. Ter uma proposta de 40 milhões por um jogador que é suplente, era quase inevitável que aceitássemos uma propostas destas".

David Neres: "Não deixa de ser um jogador de 27 anos e que oscilou muito na titularidade. Já no ano passado surgiram propostas por ele e ele queria mudar de ares. Este ano houve mais propostas até chegar a do Napoli, para um campeonato que ele lhe agradava e considerámos que em posicionamento de plantel podíamos ter jogadores de outras características. Veio o Kerem Akturkoglu, que joga nos dois flancos, ao contrário do Neres, que gostava mais de jogar pela direita".

João Mário: "Foi dos homens mais extraordinários que encontrei no futebol, deu-nos muito, foi muito influente no ano do título, mas houve um elo de ligação que se partiu. Nós e o jogador entendemos que era melhor seguirmos caminhos diferentes. Como foi visível, houve alguma coisa que se partiu pelo meio".

Akturkoglu: "Foi nos últimos instantes do mercado, mas não deixa de ser jogador já visto muito antes. Só chega no último dia por causa das novas leis da imigração. Perdemos um criativo que preferia jogar pela direita e precisávamos de um jogador com maior preponderância ao jogar em várias posições. Nos três jogos que fez deixou marca nos três, esperamos que continue assim. Sentíamos que do lado esquerdo tínhamos menos criadores. Assim, libertamos o Aursnes para outras posições".

Pavlidis: "Fez mais golos na pré-teporada do que agora, mas tem prestações altíssimas para ele e para a equipa. Os golos vão aparecer com naturalidade, como sempre fez toda a sua vida. Queríamos um ponta de lança com uma média de golos mais elevada do que os que tínhamos no ano passado, essa necessidade de encontrarmos um ponta de lança de características diferentes levou ao Pavlidis".

Leandro Barreiro: "Acabámos a época com três médios de raiz e já o conhecemos há muito tempo. Ia ficar livre, conseguimos antecipar o mercado e tivemos facilidade em contratá-lo. O Leandro queria muito vir para o Benfica porque tem raízes portuguesas. É um jogador de plantel, vem completar o meio-campo, o que era uma lacuna".

Renato Sanches: "Perdemos um jogador da casa e chegou outro. Não tem tido o mesmo fulgor nos últimos anos, mas ele tem muita fome de voltar a ser o Renato. Está aleijado, é um facto, mas tenho confiança que ainda vamos ter muito Renato este ano".

Resultado financeiro negativo: "Tivemos 114,7 milhões de receita e 40 milhões de investimento, sendo que poderão acrescer jogadores que vieram com opção de compra. Tivemos um resultado negativo nas contas acima dos 30 milhões de euros e não vou embelezar, não é isso que pretendemos fazer, mas as pessoas têm de perceber que o 'timing' da venda influencia muito. Podia estar aqui facilmente com um resultado positivo, mas escolhemos prescindir do resultado e trabalhar melhor em termos económicos. Perderíamos muitos milhões de euros por vender mais cedo ou à pressa. O mercado começou mais tarde e não fizemos nenhuma venda até 30 de junho, daí o resultado negativo acima dos 30 milhões. Se tivesse aceitado a primeira proposta do João Neves, tínhamos hoje um resultado positivo"

Plantel não foi feito por Bruno Lage: "Quando se faz um plantel, faz-se à imagem do treinador e este foi feito à imagem de Roger Schmidt. Sabia que este plantel se moldava muito à imagem do Bruno Lage, sei como ele gosta de ter os plantéis montados e o plantel podia ter sido construído pelo Bruno Lage, acho que ele está satisfeito e a dar rendimento ao mesmo".

Próxima assembleia-geral: "Deixo um reparo e um lamento sobre o que aconteceu, a demissão do Dr. Fernando Seara. Lamento profundamente, sei o sentimento que ele tem pelo Benfica e tenho muita pena que tenha acontecido isto. A próxima AG é diferente. Espero uma AG à Benfica, com o respeito e dignidade que este clube tem. Cá estarei para ouvir a crítica, mas, também, dentro do respeito a que este clube obriga"

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