28 set, 2021 - 12:45 • Pedro Castro Alves com Redação
A natureza das oportunidades e a longevidade na seleção foram dois parâmetros decisivos para a decisão de Matheus Nunes de representar Portugal em detrimento do Brasil, revela, em entrevista a Bola Branca, Humberto Salvador, padrinho e conselheiro do jogador do Sporting.
Matheus Nunes confirmou, na segunda-feira, que tinha escolhido representar a seleção portuguesa, após longa reflexão. Uma das pessoas que o ajudaram a decidir foi o padrinho. A Renascença falou com Humberto Salvador, para perceber que motivos levaram o médio nascido no Brasil há 23 anos e a viver em Portugal desde os 13, a dizer "não" a Tite e a aceitar uma hipotética chamada de Fernando Santos.
Uma razão relaciona-se com a natureza das oportunidades. Nas quinas, Matheus "pode vir a ser uma mais-valia" pelas suas características, que Humberto Salvador vê refletidas em apenas um outro jogador.
"É um jogador forte do ponto de vista defensivo e que, com bola, faz uma transição segura e rápida. A seleção não tem, hoje em dia, muitos jogadores com essa qualidade. Vejo um Renato Sanches, que também é forte na transição, mas penso que o Matheus pode vir a fazer história e a trazer muitas alegrias à seleção", argumenta o padrinho.
Importa, também, ter em conta o contexto que rodeia Matheus Nunes. Será mais fácil para Fernando Santos do que para Tite acompanhar o futebol português, refere Humberto Salvador, mais ainda considerando o número muito díspar de jogadores que um e outro têm para avaliar:
"Há que estar bem no clube para poder representar na seleção. Tem de fazer boas exibições e estar ao mais alto nível. Depende da forma como trabalhar diariamente. As oportunidades hão de surgir e será sempre muito mais fácil estar no contexto do futebol português e Fernando Santos poder avaliá-lo do que num contexto em que o Brasil é recheado de jogadores e, com isto, poder ser uma opção dentro de muitas."
Humberto Salvador lembra, ainda, que Matheus Nunes encontra-se em Portugal "desde muito novo", pelo que "está habituado ao futebol europeu". Além disso, a longevidade da carreira de seleção que Portugal proporciona, no entender do padrinho do médio do Sporting, é maior.
"Do ponto de vista de poder representar e ter alguma continuidade na seleção, é muito mais proveitoso estar numa seleção portuguesa que tem um historial de longevidade muito maior do que um Brasil em que a renovação da seleção é muito mais rápida", assinala o familiar.
Humberto Salvador garante à Renascença que Matheus Nunes tomou "a decisão certa". "Foi nesse sentido que dei a minha opinião", refere.