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Seleção Nacional

Vitinha, de miúdo "resguardado" a "maestro" do FC Porto

22 mar, 2022 - 11:45 • Luís Aresta

Leandro Campos, antigo companheiro de equipa de Vítor Ferreira, conhecido por Vitinha, fala do passado e do futuro do médio, chamado pela primeira vez à seleção principal.

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Visão de jogo, capacidade de decisão e remate. Os três pontos fortes de Vitinha, que levam o seu ex-companheiro de equipa Leandro Campos a considerá-lo o maestro do FC Porto e, porventura, no futuro, da seleção.

Vitinha (Vítor Ferreira) foi chamado por Fernando Santos logo que o selecionador nacional constatou que não iria contar com Rúben Neves, devido a lesão, para o "play-off" de acesso à fase final do Mundial 2022.

O médio, de 22 anos, tem sido uma das figuras da I Liga, ao serviço do FC Porto. A surpresa gerada pelo facto de não ter sido incluído na lista de convocados inicial só foi atenuada pela quantidade e qualidade das opções de que Fernando Santos dispõe para o meio-campo. Porém, a lesão de Rúben Neves acabaria por abrir a Vitinha as portas da seleção AA, numa oportunidade que Leandro Campos considera mais do que justificada, face à forma como se tem vindo a impor no Dragão.

“Cresceu muito no arriscar do último passe. Apesar de muito novo, no meio-campo do Porto é o maestro, é ele que pausa o jogo, que acelera, que marca o andamento. Está a fazer uma grande época”, considera Leandro Campos, em entrevista a Bola Branca.

O avançado do Atlético dos Arcos, e antigo colega de Vitinha, observa-lhe outras caraterísticas que vêm de trás:

“Desde os campeonatos nacionais, pelo menos, sempre foi um miúdo muito adulto. Sabia quando pausar o jogo, quando acelerar, tinha uma visão de jogo muito boa e era espontâneo. Nem era aquele médio que chutava muito, mas quando chutava, marcava golo.”

De mãos dadas desde a Póvoa de Lanhoso até ao Porto


Vitinha e Leandro Campos foram "compagnons de route" no futebol durante quase uma década. O trajeto comum terminou nos sub-19 do FC Porto. Vitinha prosseguiu carreira na equipa B e no plantel principal (pelo meio aconteceu o empréstimo ao Wolverhampton); Leandro Campos rumaria ao Feirense, Famalicão (sub-23) e Atlético dos Arcos (de Valdevez), onde joga atualmente.

Intacta permanece a cumplicidade que vem dos tempos da Casa do Benfica da Póvoa de Lanhoso, que ambos deixaram em 2011.

"Acabámos por sair da Casa do Benfica, eu, o Vitinha e mais três ou quatro jogadores. Na altura, fomos para o Porto. Como já nos conhecíamos, mantivemos o contacto, falávamos entre nós. Como éramos novos lá, os que tinham jogado no Benfica, sempre estivemos mais chegados uns aos outros”, declara.

O conhecimento que tem de Vitinha, face a esta proximidade, permite a Leandro Campos descrever o médio do FC Porto como "um miúdo extrovertido em determinadas alturas, mas não sempre".

"Eu era mais, ele nem tanto. Era mais resguardado um bocadinho”, recorda.

É com muita admiração – e alguma nostalgia – que Leandro Campos encara este momento marcante na carreira de Vitinha, chamado pela primeira vez à seleção principal de Portugal.

“Onde ele está gostariam muitos de estar, eu gostaria de estar, mas é ele que está, é ele que tem de aproveitar e vai aproveitar de certeza. Espero que, jogando ou não jogando, tire muito proveito da situação e que dê valor ao facto de ter esta oportunidade. Sei que ele vai dar. Desejo-lhe muita sorte e à seleção e que, no futuro, tenha ainda mais sorte e vá ainda mais para o topo”, remata.

Vitinha pode estrear-se ao serviço de Portugal frente à Turquia na quinta-feira, às 19h45, no Estádio do Dragão. Se passar, a seleção nacional encontrará Itália ou Macedónia do Norte na final do "play-off". Relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.

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