21 nov, 2022 - 07:17 • Olímpia Mairos
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Cristiano Ronaldo garante que o ambiente na seleção é "excelente" e admite que ganhar o Mundial "seria o sonho".
Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, em que também abordou a polémica em torno da entrevista sobre o Manchester United, disse que teve “um pequeno problema”, mas já está recuperado. “Tenho feito bons treinos, eu e a equipa e sinto-me preparado para começar o Mundial da melhor maneira e ajudar a equipa a alcançar os seus objetivos”, referiu.
Assumiu ter boas memórias dos Mundiais anteriores e assumiu que esta seleção tem um potencial enorme. “Temos de começar bem e com pé direito para ganhar confiança e a partir daí ir devagarinho”, começou por dizer em relação ao jogo com o Gana.
CR7 disse que "esta geração é muito boa" estando "extremamente otimista que vai correr bem".
"Espero que o vencedor final seja Portugal", assumiu. Questionado pelos jornalistas afirma que “adoraria ganhar esta competição”, mas para isso têm que ser os melhores. Na sua opinião Brasil, Argentina e França são as seleções favoritas.
E falta-lhe esse título? “Seria mágico e um sonho, mas volto a referir. Na vida não me falta nada e tive mais do que eu esperava. Ganhar o Mundial seria um sonho. Todas as equipas querem ganhar, mas só uma pode ganhar. Temos de pensar com calma.”
O capitão da seleção nacional desvalorizou o timing da entrevista a Piers Morgan, transmitida mesmo antes do início do estágio da seleção para o torneio, e garantiu que o caso não afeta a seleção.
“Na minha vida, o timing é sempre o timing. Obviamente que, do vosso lado, é fácil opinar. Umas vezes verdade, muitas vezes mentiras. O timing é o meu timing. Não tenho de pensar no que os outros pensam. Tenho a certeza que não vai influenciar aqui na seleção. Toda a gente me conhece e sabem aquilo que sou e penso. Não serão influenciados por aquilo que os outros dizem ou pensam”, afirmou o capitão.
Segundo o avançado, "o caso Cristiano está encerrado" e “o grupo está bem, está unido, está blindado".
"É um grupo que quer esta competição. Noto que está confiante. Todos querem jogar, que é algo que gosto de ver. Por isso, não tenho dúvidas que nada abalará o plantel”, afiançou.
Tal como João Mário e Bruno Fernandes já o tinham feito, CR7 explicou o que aconteceu na chegada à concentração da seleção, depois das imagens divulgadas do cumprimento ao companheiro no United:
“Nestas fases finais, há sempre polémica. Essa do Bruno Fernandes foi mais uma que vos correu mal, vocês falham muito. Fiz uma brincadeira com ele, a minha relação com ele é excelente. Ele chegou tarde porque o avião atrasou e perguntei-lhe se tinha vindo de barco. Foi uma brincadeira e fizeram uma tempestade."
"Como foi também com o Cancelo. Ele estava um bocadinho triste no treino, após uma entrada mais ríspida do Félix, agarrei-lhe no pescoço e disse: ‘Então, pá, bora lá’, a puxar para cima”, acrescentou.
Este será o quinto Mundial para Cristiano e, por isso, o jogador assumiu que “a pressão é quase sempre a mesma": "Não sou perfeito, mas sinto-me capacitado para assumir as pressões quando tenho de assumir.”
“Se tivesse de demonstrar aos 37 anos e oito meses seria preocupante depois do que já fiz e já ganhei… Obviamente que tenho sempre de manifestar e poder demonstrar o que sou, para mim e para a minha família e fãs. É mais uma competição de seleções, era um sonho ganhar, mas se não ganhasse mais nenhum troféu estaria satisfeito”, frisou
Neste Mundial, Cristiano poderá bater o recorde de Eusébio e tornar-se no jogador português com mais golos marcados em Mundiais. Um feito que deixaria o capitão muito feliz.
“Não sigo os recordes, os recordes é que me seguem. Seria um recorde bonito bater o do Eusébio”, disse o capitão, sublinhando, no entanto, que “não é algo que me tire o sono, não vou deixar de comer a pensar que tenho de bater o recorde do Eusébio”.
Já sobre a campanha publicitária para uma marca de luxo, que fez em conjunto com Messi, Ronaldo revela que foi uma campanha que “adorou fazer” e assume que gostava de obter no campo o mesmo resultado do jogo de xadrez.
“Gostava de ser eu a fazer o xeque-mate contra ele [Messi], seria bonito de acontecer. Já que aconteceu no xadrez, no futebol seria mágico”, atirou.
A finalizar a conferência de imprensa, um Cristiano tranquilo aproveitou para deixar um pedido aos jornalistas.
“Aproveito para pedir que, quando vierem os próximos jogadores à conferência, não perguntem sempre sobre o Cristiano. Façam perguntas sobre o Mundial, sobre a expectativa que têm, não falem de mim. O caso Cristiano está encerrado, falem da competição. Perguntarem constantemente sobre o Cristiano é chato. Se alguém me fizesse uma pergunta, por exemplo, sobre o Rafa, eu não respondia, porque é um capítulo encerrado. O selecionador deu uma entrevista e falou desse tema. Perguntem coisas sobre a seleção, gostava que fizessem isso para a seleção estar melhor”, salientou.
Cristiano Ronaldo fazia a antevisão da estreia de Portugal no Mundial 2022, diante do Gana, marcada para quinta-feira, às 16h00, no Estádio 974, em Ras Abu Aboud. Jogo que terá relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.
[notícia atualizada às 11h21]