28 nov, 2022 - 21:58 • Redação
A vitória de Portugal frente ao Uruguai, por 2-0, foi mais convincente do que o triunfo da primeira jornada frente ao Gana. Ainda assim, continuam a existir problemas por resolver.
Os treinadores José Peseiro, Bruno Pinheiro, Nuno Presume, Silas e João Aroso analisaram a prestação portuguesa na Renascença.
João Aroso, antigo treinador-adjunto da seleção nacional e atualmente no Vitória de Guimarães, acredita que "houve mais consistência e estabilidade posicional e Portugal controlou melhor alguns contra-ataques".
"Do ponto de vista ofensivo, não era tarefa fácil contra uma equipa em bloco médio-baixo que retirava a Portugal a capacidade de provocar cruzamentos, porque tinham três centrais que anulavam essas situações. Foi assim, curiosamente, que Portugal chegou ao golo. Mesmo não tocando, Cristiano atrapalhou o Rochet", disse.
No entanto, Portugal pode "melhorar na profundidade dos laterais".
Silas acredita que é preciso permitir menos oportunidades. O antigo internacional português que, como treinador, passou pelo Belenenses, B SAD, Sporting e Famalicão, acredita que é preciso manter espírito crítico apesar do bom resultado e da melhor exibição.
"Não olho só para o jogo assim [para o resultado] Devemos olhar para nós. Em organização defensiva temos dificuldades. Não é porque ganhamos que não devemos questionar onde podemos melhorar. Vamos apanhar outras equipas que nos vão criar muito perigo. Há que defender melhor e não permitir tantas ocasiões", conclui.
Caso o Uruguai jogasse "com a iniciativa de jogo, acho que resolveríamos o jogo mais cedo. O nosso momento mais forte é a transição ofensiva".
Nuno Presume, comentador residente da Renascença e antigo adjunto do Sporting, Vitória de Guimarães e da seleção da Venezuela, vê liderança em campo de jogadores para além de Ronaldo.
"A cumplicidade em Bruno Fernandes e Bernardo Silva é cada vez maior. É determinante para mostrar que há liderança nesta seleção para lá de Cristiano Ronaldo", acredita.
O comentador Bola Branca acredita que o selecionador uruguaio, Diego Alonso, foi pouco ambicioso: "Imaginem o que seria se tivéssemos no meio-campo o Vecino, Betancur e Valverde e jogássemos 'no ferrolho' como fez o Uruguai. Tantas vezes o nosso selecionador é criticado por jogar num bloco baixo, mas o selecionador uruguaio deixou muito a desejar".
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José Peseiro, atual selecionador da Nigéria, que defrontou a seleção nacional no único amigável antes deste Campeonato do Mundo, elogia a postura de Fernando Santos, que surpreendeu a maioria quando retirou Rúben Neves e colocou Rafael Leão.
"Acredito que a maioria esperava que fosse entrar um médio. Nós próprios estamos tocados pelo Fernando Santos. Hoje ele disse a todos que não, que vê o jogo diferente. A expectativa era que fosse meter, por exemplo, o Palhinha e sair o Bernardo, mas hoje surpreendeu-nos. Colocou logo o Rafael Leão, deixa o Bernardo, só um médio-defensivo e não dois. Terá percebido que temos jogadores para fazer isso e talvez antes não tivessemos", analisa.
O experiente treinador, que já passou pelo Sporting, FC Porto, Braga, Vitória de Guimarães, entre outros clubes, destaca ainda a exibição de Pepe: "Evidente que Bruno Fernandes foi o melhor em campo, mas há que realçar o Pepe, que esteve dois meses sem jogar e nunca deu espaço ao Darwin. Dá estabilidade e maturidade à equipa".
Bruno Pinheiro, seleção olímpico do Qatar, acha que "a chave do jogo está no momento em que o Uruguai começa a equilibrar o jogo. Nos últimos dois jogos, Portugal jogou contra blocos baixos e linhas de cinco e isso é extremamente difícil. Como treinador, adoro o processo ofensivo e é dos momentos mais difíceis, porque há pouco espaço, a relação numérica é desfavorável e precisamos do talento dos jogadores", termina.