10 jun, 2024 - 17:23 • Eduardo Soares da Silva
O internacional português Bruno Fernandes "gosta de negativismo" em torno da seleção e rejeita a ideia que o grupo de apuramento para o Europeu era fácil.
Em conferência de imprensa antes do último jogo de preparação para o Europeu, contra a Irlanda, Bruno Fernandes rejeita sobranceria na seleção antes da derrota com a Croácia, quando confrontado com as declarações de Rúben Dias, que afirmou que o resultado foi "bom para descer à terra".
"Sabíamos que a Croácia ia causar dificuldades. Sabíamos já na qualificação, mesmo só com vitórias, que havia aspetos a melhorar. Que ninguém pense que viemos a achar que estava tudo feito. Eu gosto deste negativismo, que a seleção não é assim tão boa. É sinal que esperam bastante e muito de nós, significa que quem cá está tem qualidade para fazer mais. Ambicionamos isso. Queremos fazer mais e melhor. Amanhã é uma oportunidade para mostrar que somos excelente seleção", começa por dizer.
Questionado sobre o primeiro grande teste falhado da seleção, Bruno defende a dificuldade do grupo que Portugal venceu só com vitórias.
"A Islândia não foi bom teste? Ganharam à Inglaterra. Portugal tornou as coisas mais fáceis no grupo, vamos dizer assim. Percebo o que pode parecer de fora. A Inglaterra é apontada como principal candidata e perdeu com a Islândia. Jogo lá e vi o negativismo à volta da seleção deles. O nosso grupo não era fácil, nós tornamos as coisas fáceis", disse, antes de completar.
"A Croácia, em individualidades, foi das mais fortes que defrontamos. O Rúben disse palavras acertadas, mas muitos de nós tínhamos a noção de que não nos considerávamos os melhores, ou candidatos principais só porque fizemos uma qualificação excelente. Ao mesmo tempo, temos uma capacidade muito forte de reagir às adversidades", afirmou.
Sobre os três jogos de preparação e motivo para a escolha de Finlândia e Irlanda ao contrário de seleções mais fortes, Bruno vê qualidades diferentes em todas: "Não sei se o mister tem mão na escolha das equipas, mas acredito que sim".
"A Finlândia tem um bloco mais baixo, é mais difícil entrar nas linhas deles. A Croácia para entender que há seleções que jogam muito bem com bola, com rotação no meio campo, extremos a vir para dentro. A Irlanda é fisicamente muito forte e nas bolas paradas. Não há melhor preparação do que ver todas as possibilidades", completou.