25 out, 2020 - 17:44 • Filipe d'Avillez , Sofia Freitas Moreira , Anabela Góis
Imagens enviadas para a Renascença mostram várias pessoas junto a uma das entradas que foi encerrada quando a organização se apercebeu que estava demasiada gente nesse setor.
Raquel Abrantes explica à Renascença que “ninguém conseguia entrar no recinto, em qualquer uma das portas. Portanto havia cerca de 50 pessoas em cada porta com bilhete válido. Não nos deram qualquer justificação e a organização só abriu as portas meia hora depois, já a corrida tinha começado”.
“Quando conseguimos entrar no recinto as portas foram abertas sem qualquer controlo. Não houve nenhum controlo de bilhetes, nem de zonas. E depois, quando entrámos lá dentro não houve qualquer controlo para sentar, para lotação”, queixa-se ainda Raquel Abrantes.
“As bancadas claramente excediam a lotação recomendada. Não havia lugares onde me pudesse sentar para manter a distância de segurança de todos os lados. Tivemos de ficar de pé. Ficou imensa gente de pé, e estamos a falar de bilhetes que custaram perto de 300 euros cada um”, lamenta.
Já a organização do evento diz que praticamente toda a gente acabou por poder assistir à corrida, até em lugares melhores do que aqueles que tinham pago.
Paulo Pinheiro, administrador do autódromo, diz à Renascença que ninguém ficou à porta. “As pessoas entraram, entraram foi mais tarde. A indicação que temos da GNR é que toda a gente acabou por entrar, ninguém ficou fora.”
O problema deve-se, explica ainda, ao facto de muitas pessoas não terem trocado os seus bilhetes, como era suposto, depois de a ocupação do autódromo ter sido reduzida para 27.500 pessoas, menos do que era inicialmente previsto. Por essa razão apareceram mais pessoas no autódromo do que era previsto e algumas tiveram de ser realocadas para outros lugares, sempre com upgrade, garante Paulo Pinheiro, fazendo com que no total tivessem entrado no recinto cerca de mais 120 pessoas do que o esperado.
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Apesar disso, a organização garante que quem perdeu parte da corrida por essa razão vai ser reembolsado. “Aquilo que já dissemos é que a quem não entrou de início – temos as picagens eletrónicas do bilhete – iremos devolver o valor do bilhete. Mas todas as pessoas, segundo o que tivemos indicação da segurança e da GNR, acabaram por entrar.”
Sobre as denúncias de não ter sido respeitado o distanciamento, Paulo Pinheiro reconhece que houve problemas, mas responsabiliza os próprios espetadores. “As pessoas sabem qual é o distanciamento que têm de ter. É impossível ter um polícia para cada 27 mil pessoas, portanto essa questão não conseguimos controlar 100%. Todas as pessoas tinham máscara, como se verifica facilmente nas imagens, regra geral o distanciamento foi verificado, agora havia pessoas que não tinham distanciamento, porque se havia grupos de seis pessoas que tinham comprado bilhetes junto, essas seis pessoas estavam juntas. Havia filas de intervalo, que deveriam ter sido respeitadas, e na maioria dos casos foram, mas houve alguns casos em que não foram.”
Paulo Pinheiro diz ainda que houve algumas pessoas que foram retiradas do autódromo pelas autoridades. “Detenções não sei, mas sei que houve duas ou três pessoas que foram convidadas a sair do recinto porque desrespeitavam reiteradamente as normas do distanciamento social.”
E conclui que o saldo do evento foi sem dúvida positivo. “Desportivamente correu muitíssimo bem, isso é inquestionável, todos os pilotos elogiaram a pista, todas as equipas elogiaram a pista, foi um excelente regresso da Fórmula 1 a Portugal. Na parte do público houve coisas que correram menos bem, mas de uma maneira geral sim”, afirma.