03 dez, 2020 - 17:29 • Lusa
António Félix da Costa, piloto português e campeão mundial de Fórmula E, disse esta quinta-feira que o principal segredo para o título conquistado com a DS Techeetah foi a preparação mental que fez antes da reta final da competição.
"Ainda durante a pandemia comecei a trabalhar com um mental coach, porque percebi que tinha de estar preparado para ganhar, mas, mais importante, preparado para que se isso não acontecesse, conseguisse perceber todo o processo e porque não tinha chegado ao título. Estive muitas vezes na posição de perdedor e sabia que muitos elementos tinham de estar sincronizados para ter este nível de sucesso. Foi nisso que trabalhei", contou o piloto numa das sessões da Web Summit, que este ano decorre em formato "online'.
Ainda sobre os anos em que as vitórias não apareceram, Félix da Costa reconheceu que foram essenciais para o que conseguiu alcançar na Fórmula E.
"Ser vencido não é mau e evoluímos muito. Aprendi isso na minha passagem pela Fórmula 1. Ser vencido é uma grande lição e precisamos de saber perder antes de conseguir ganhar", realçou o piloto de 29 anos, que revelou também que durante a quarentena conseguiu fazer a recuperação e trabalho físico que nem sempre conseguiu em "épocas normais".
Quanto à evolução da Fórmula E, o português admitiu que continua a gostar de ouvir o "barulho" de um Ferrari com motor a combustão, mas considera que esse prazer deve mesmo ficar reservado para o pelotão de Fórmula 1.
"Continuo a adorar os motores de combustão, mas a verdade é que estão a destruir o nosso planeta. Por isso, considero que os únicos a manter devem ser os de Fórmula 1. Todos os outros devem ser elétricos para ajudar o planeta a ser um local melhor", disse o piloto, que destacou o "boom da mobilidade elétrica" nas cidades e disse ser "incrível" assistir de perto à evolução que este segmento tem tido como desporto.
"Há seis anos tínhamos de trocar de carro a meio da corrida porque não aguentavam uma prova inteira. Hoje são mais potentes e duram uma prova inteira. Ver o desenvolvimento de perto é incrível, sobretudo o progresso que se conseguiu em tão pouco tempo", concluiu.
A Web Summit, considerada uma das maiores cimeiras tecnológicas do mundo, decorre este ano totalmente "online', entre hoje e sexta-feira, e conta com "um público estimado de 100 mil" pessoas, depois de se ter começado a realizar há quatro anos em Lisboa.