19 ago, 2021 - 08:00 • Eduardo Soares da Silva
Paulo Pinheiro, diretor executivo do Autódromo Internacional do Algarve, revela que Portugal está "bem posicionado" e em negociações para integrar, em definitivo, os calendários de Fórmula 1 e MotoGP.
Em declarações à Renascença, o dirigente explica que está a trabalhar em várias frentes para segurar as duas provas mais importantes do automobilismo e motociclismo no Algarve.
"Estamos a falar com a Fórmula 1 sobre essas condições e possibilidades, e a trabalhar nesse sentido, tal como com o MotoGP. Queremos manter esses dois campeonatos. São muitas frentes, temos de ir trabalhando em todas em simultâneo, é o nosso papel, mas o nosso foco é manter a Fórmula 1 em 2022, sim", começa por dizer.
Portugal recebeu dois Grande Prémios de Fórmula 1, em maio deste ano e outubro do ano anterior, após o cancelamento de várias corridas europeias devido à pandemia da Covid-19. Portugal entrou como opção de recurso para a competição, mas quer continuar em definitivo.
Paulo Pinheiro diz que "é muito cedo para ter indicações definitivas", pois tratam-se de contratos "com uma série de limitações, que demoram o seu tempo". O diretor do autódromo diz ainda que as negociações com o Governo decorrem de forma positiva.
"São conversas a acontecer ao mesmo tempo, temos de perceber, de parte a parte, o que todos estão disponíveis para se comprometer, são passos que são dados em simultâneo e estão a correr de maneira positiva e franca. Se até agora conseguimos, estamos convencidos e bem posicionados para manter essas provas", considera.
O Grande Prémio do Japão foi cancelado pelo segundo ano consecutivo, devido à pandemia da Covid-19, mas o Algarve não será candidato a substituir a prova nipónica por uma questão de logística geográfica.
"A Fórmula 1 estará do outro lado do globo, é impossível logisticamente vir a Portugal fazer uma corrida e depois regressar a esse lado do mundo. É uma questão logística, estarão a olhar para outras opções, como duas corridas nos Estados Unidos, ou Abu Dhabi. Terá de ficar circunscrito a essa região. Garantidamente que Europa está fora de questão", atira.
A prova japonesa estava marcada para de 8 a 10 de outubro, antes do Grande Prémio dos Estados Unidos, México e Brasil. A F1 termina no 23º Grande Prémio, a 12 de dezembro, em Abu Dhabi.
A possibilidade está fora da mesa e as energias estão focadas no Grande Prémio de MotoGP, em novembro, com público, onde estão focadas as energias da direção do autódromo.
"Seria difícil [organizar um GP de Fórmula 1 este ano]. Temos o ano cheio e temos MotoGP em novembro com público, para onde temos focada toda a nossa energia. Seria muito difícil, mas a Fórmula 1 é a Fórmula 1. Teríamos de ponderar, mas seria quase impossível", termina.