16 jun, 2023 - 12:46 • Redação
Está em risco a realização do GP de Portugal em MotoGP no próximo ano. Jorge Viegas, presidente da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), alerta que "o Governo está a tardar em confirmar o apoio" financeiro e Portimão poderá ficar sem corrida em 2024.
O circuito português está no calendário do MotoGP desde 2020, há acordo para que prossiga integrado, mas falta fechar o processo. Jorge Viegas queixa-se do atraso da burocracia: "falta sempre uma reunião, uma assinatura..."
"O Governo sempre apoiou o MotoGP em Portugal, mas neste momento está a tardar em confirmar o apoio para o próximo ano. As coisas têm de ser programadas com tempo", alerta, em declarações à SportTV, no circuito de Sachsenring, onde este fim de semana se corre o GP da Alemanha.
"Quem tem o poder de decidir, tem de decidir"
O presidente da FIM esclarece que não há outro problema associado às dúvidas sobre a entrada de Portimão no calendário de 2024. A resolução de tudo depende de "pura vontade política".
"Quem tem o poder de decidir, tem de decidir. Há uma comissão entre a secretaria de Estado do Turismo e do Desporto para apoiar estes grandes eventos. Eles têm de meter um golo, ou ultrapassar a linha de chegada, neste caso, para ficar resolvido", afirma.
Jorge Viegas gostaria que estes momentos de impasse fossem ultrapassados, com a assinatura de um contrato com um prazo mais longo. "Eu gostava que o Governo português assegurasse apoio por, pelo menos, três anos. Há muitos circuitos com contratos de cinco, 10 anos. O Paulo Pinheiro [diretor executivo do Autódromo Internacional do Algarve] não pode 'andar com o coração nas mãos' a cada ano, a ver quando chega o dinheiro", diz.
Se queremos ter aquele espetáculo dentro de casa, temos de o pagar. Eu acho que o MotoGP é um investimento fantástico. Aquilo que o país e a região do Algarve ganham é muito mais do que aquilo que se paga ao promotor. Eu acho que é tempo das pessoas decidirem, de uma vez por todas", reforça.
O presidente da FIM ressalva, ainda, que "Portimão de se posicionar, porque há muita gente a bater à porta", numa alusão ao interesse de outros países em receber o MotoGP. Se houver o apoio do Governo, então "não há outro problema", refere, explicando que as obras que é necessário executar, devido a questões de segurança, "resolvem-se".