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Euro 2024

"Gibraltar é espanhol". Cântico de Morata e Rodri motiva queixa na UEFA

16 jul, 2024 - 16:08 • Eduardo Soares da Silva

Os jogadores iniciaram o cântico durante os festejos da seleção nacional em Madrid. Federação gibraltina já apresentou queixa.

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A Federação de Gibraltar apresentou, esta terça-feira, uma queixa formal na UEFA após um cântico dos jogadores da seleção espanhola a promover a anexação da península.

Durante os festejos do título de campeão europeu, jogadores como Álvaro Morata e Rodri cantaram "Gibraltar é espanhol", que foi posteriormente entoado por milhares de adeptos que festejavam a conquista de domingo contra a Inglaterra.

Em reação, a federação gibraltina lamentou os "festejos extremamente provocatórios e insultuosos". "A Federação está, esta manhã, a aconselhar-se sobre a apresentação de uma queixa na UEFA. O futebol não tem lugar para comportamentos desta natureza", pode ainda ler-se.

Gibraltar é um dos vários territórios ultramarinos do Reino Unido desde a assinatura do Tratado de Utrecht, em 1711. É, no entanto, disputado por Espanha desde a ditadura de Franco.

No site oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol pode ler-se que “a ocupação dos britânicos não corresponde aos requerimentos da lei internacional. E é por isso que a Espanha sempre destacou que a ocupação do istmo é ilegal e sempre exigiu o seu retorno incondicional. A Espanha não reconhece a ocupação do istmo ou da cerca como fronteira”.

A relação tensa passou para o futebol quando a Espanha tentou impedir que Gibraltar se juntasse à UEFA. O país candidatou-se pela primeira vez em 1997, depois da entrada das Ilhas Faroé, que pertencem ao reino da Dinamarca. O país nórdico não contestou a candidatura, mas o mesmo não aconteceu com Gibraltar, que recebeu forte resistência espanhola.

A federação argumentava que as instalações desportivas de Gibraltar estavam localizadas em território disputado e mostrava preocupação que um reconhecimento da seleção de Gibraltar poderia inspirar intenções semelhantes na Catalunha e País Basco, regiões com fortes movimentos independentistas e também seleções de futebol próprias.

A UEFA rejeitou a entrada de Gibraltar e, numa nova votação em 2007, apenas Inglaterra, País de Gales e Escócia votaram favoravelmente. 49 países votaram “não", seguindo o apelo espanhol.

Gibraltar acabaria por vencer a luta e tornou-se finalmente membro da UEFA em maio de 2013, mais de 15 anos depois da candidatura inicial e apenas como consequência de uma decisão do Tribunal Arbitral do Desporto.

Sobraram, ainda assim, resquícios da luta institucional entre as duas federações: a UEFA não permite que as seleções se defrontem, como acontece com Kosovo, Sérvia, Rússia e Ucrânia.

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