16 mar, 2020 - 18:30 • Rui Viegas
Pela experiência vivida na China, André Vitorino lança um alerta em relação às competições que pararam. Em Portugal, e no resto da Europa, para onde se transferiu o "epicentro" da pandemia do vírus Covid-19, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O treinador português, de 31 anos, trabalha numa academia de futebol e, pelo que já assistiu "in loco", diz não acreditar na normalização do futebol europeu antes do fim de junho.
"Não acredito. Se tudo correr bem, em Portugal, no final de junho talvez tenhamos alguma "coisa" [de futebol]. Não sei se o campeonato vai acabar, mas acho que não, nem a Liga dos Campeões", começa por referir, em Bola Branca.
O técnico deixa ainda o apelo para que se fechem as fronteiras: "Não justifica as pessoas estarem a fazer quarentena e as fronteiras continuarem abertas, com a entrada de turistas, como até agora", atira.
Sem pavor
Dado a conhecer ao mundo em dezembro passado, o problema do coronavírus começa só agora a ser controlado na China. André Vitorino garante que a potência asiática "ganhou este jogo", todavia, para quem faz do futebol a sua vida, as incertezas são ainda muitas.
"Neste momento as coisas estão estáveis. Só falta abrir as escolas, talvez em abril. Há limitações, por exemplo no acesso aos bancos, mas todos aguardam em filas, com máscara. E assim se faz a nossa vida. A nossa província foi a segunda mais infectada da China, mas não sentimos pavor pois estávamos informados. A China ganhou este jogo contra o coronavírus. O treino de campo tem muito mais influência do que o físico. E até quando será possível e viável manter a forma, que é somente o que se faz agora? É um grande desafio", termina.
Neste momento, com os números a dispararem diariamente, Portugal contabiliza 331 casos confirmados de pessoas infetadas.