22 ago, 2020 - 09:31
A UEFA voltava a escolher Lisboa para receber a 'final a oito' da Liga dos Campeões de futebol, tal como o fez em 17 de junho, devido à pandemia de covid-19, segundo o presidente do organismo, Aleksander Ceferin.
Em entrevista à agência Lusa, o dirigente esloveno foi inequívoco na resposta sobre a escolha acertada da capital portuguesa para a principal prova continental de clubes, que vai ter o desfecho no domingo, com a final entre Paris Saint-Germain e Bayern Munique.
"Claro. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) trabalhou tanto, em conjunto com as autoridades portuguesas e a UEFA, para fazer da prova um sucesso retumbante. Algumas pessoas estavam céticas sobre o formato e não acharam que poderia ser um sucesso. Contudo, o presidente da FPF, Fernando Gomes, e o diretor-executivo, Tiago Craveiro, podem estar orgulhosos, de forma justificada, do que alcançaram", afirmou Ceferin.
Desde dia 12, os estádios da Luz e José Alvalade receberam os jogos dos quartos de final e meias-finais da 'Champions', numa organização considerada exemplar.
"Foi extremamente importante que tenhamos tido a oportunidade de retomar a competição e Lisboa foi uma fantástica cidade-sede da prova. O apoio das autoridades portuguesas e da FPF foi de excelência e penso que todos os clubes podem testemunhar a qualidade das infraestruturas e a organização de topo", referiu o presidente da UEFA.
Ceferin reconheceu as dificuldades com a concretização deste modelo inédito de competição, com eliminatórias disputadas em um só jogo e sem público.
"Não foi uma tarefa fácil conseguir levar a cabo esta prova com um formato único, pelo que não posso deixar de agradecer a todos os que estiveram envolvidos, que trabalham de forma árdua para assegurar que pudéssemos assistir de novo, a partir das nossas casas, aos melhores dos melhores clubes a competir", salientou.
Este esforço foi enaltecido pelo líder do organismo que rege o futebol europeu, tendo em conta que, para a realização da 'Champions', e das várias competições nacionais, foi necessário adiar por um ano o Euro2020, no qual Portugal vai defender o título conquistado em 2016.
"A UEFA tomou uma decisão em nome dos interesses do jogo na Europa quando decidiu adiar o Euro2020 para o verão de 2021. Mas foi uma medida necessária, porque criou espaço para que as competições domésticas e internacionais de clubes em todo o continente pudessem voltar a ser jogadas e concluídas", vincou.
O presidente da UEFA considerou "muito relevante destacar a solidariedade na comunidade do futebol, que trabalhou de forma próxima e que mostrou uma tremenda união ao longo desta crise sem precedentes".
"Ser capaz de concluir tantas competições esta época é o resultado de tamanho trabalho solidário com os 'stakeholders' e foi crítico para os clubes financeiramente. Os clubes têm um papel central nas suas comunidades locais -- como empregadores, animadores sociais e como o íman que permite às sociedades manterem-se unidas. Estes fatores são muitas vezes ignorados quando se fala da importância do futebol", concluiu.
O Governo fez também um balanço "extremamente positivo" da 'final a oito' da Liga dos Campeões de futebol, que está a ser disputada em Lisboa, atestando a capacidade e segurança do país, face à pandemia de covid-19.
"O balanço que se faz desta fase final da 'Champions' é extremamente positivo, sobre todos os pontos de vista, porque não se conhece qualquer registo de incidente negativo, o que, desde logo demonstra que a estratégia foi bem pensada e bem montada", afirmou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
Em declarações à agência Lusa, João Paulo Rebelo saudou "a organização da UEFA, da Federação Portuguesa de Futebol e todas as autoridades de saúde e de segurança que se juntaram para que este evento fosse o sucesso que está a ser e que demonstra, mais uma vez, que Portugal é um país seguro, que tem dado uma resposta exemplar no combate a esta pandemia".
"Temos uma grande capacidade de organização de eventos, infraestruturas desportivas de grande qualidade e somos, de facto, muito bons em termos de hospitalidade", sublinhou o governante.
O Estádio da Luz, em Lisboa, recebe no domingo a final da 'Champions', entre Paris Saint-Germain e Bayern Munique, 11 dias depois do arranque da 'final a oito', no recinto 'encarnado' e no Estádio José Alvalade, com a disputa de quartos de final e meias-finais em apenas um jogo e sem público.
"Do ponto de vista desportivo é excecional que Portugal esteja no centro do mundo desportivo, uma vez que esta competição está a ser acompanhada por milhões e milhões de pessoas em todo o mundo, o que dá um enorme prestígio ao nosso país", enalteceu João Paulo Rebelo.
Em 17 de junho, a UEFA escolheu Lisboa para acolher a inédita 'final a oito', uma decisão acertada, segundo o responsável pela pasta do Desporto.
"Acho que foi uma boa decisão acolher esta esta fase final da 'Champions' e voltaria a indicar Portugal e Lisboa ou outras cidades com grandes infraestruturas desportivas e com capacidade para dar esta boa resposta", referiu.
O desfecho da principal prova continental de clubes está marcado para domingo, no Estádio da Luz, a partir das 20:00, e João Paulo Rebelo não tem dúvidas: "Vai ficar na história, porque é inédito".
[notícia atualizada às 14h53 de sábado, 22 de agosto de 2020]