25 nov, 2020 - 19:27 • André Rodrigues , Ricardo Vieira
Durante a sua carreira Maradona marcou centenas de golos, mas este é um dos mais polémicos e emblemáticos da história do futebol.
A vítima foi a Inglaterra e o local do “crime” foi o Estádio Azteza, no México, em pleno Campeonato do Mundo de 1986. Era a primeira vez que britânicos e argentinos se defrontavam desde a guerra das Malvinas e “El Pibe” vingou no campo de futebol a derrota do seu país, ao marcar um golo com a mão.
"Foi a mão de Deus", disse Maradona após o final da partida, uma frase que ficou para a história do futebol.
No mesmo jogo, "El Pibe" soltou o génio e fintou meia equipa inglesa, para marcar aquele que foi considerado "o golo do século".
A Argentina eliminou a Inglaterra e conquistou esse mesmo Mundial de 1986, ao derrotar na final a poderosa Alemanha, de Schumacher, Rummenigge, Lothar Matthaus e Rudi Voller, por 3-2.
Maradona não marcou na final, mas deixou os seus colegas brilhar. Por uma vez, não se confirmou a máxima "são 11 contra 11 e, no final, ganha a Alemanha".
Quatro anos depois, na final do Campeonato do Mundo Itália 90, diante da Alemanha, o estádio Olímpico de Roma vaiava Maradona enquanto era executado o hino argentino.
Para a história fica a imagem de Maradona que não conteve o seu rancor diante das câmaras de televisão e soltou o vernáculo contra os adeptos italianos.
A Argentina nunca se impôs e a Alemanha marcou a cinco minutos do fim, numa grande penalidade convertida pelo defesa Andreas Brehme. Dessa vez os alemães levantaram a taça e "El Pibe" chorou.
É uma das mais famosas histórias do futebol. Maradona aposta 100 dólares com o guarda-redes do Sporting, Tomislav Ivkovic, como marcava uma grande penalidade. E perdeu. Foi numa eliminatória da Taça UEFA entre os leões e o Nápoles.
"El Pibe" falhou e perdeu a aposta, mas o Nápoles passou vencendo por 4-3 no desempate por grandes penalidades, após uma igualdade a zero nas duas mãos.
O penálti defendido pelo croata Ivkovic, guarda-redes do Sporting, teve uma aposta feita em pleno relvado do Estádio San Paolo, em Nápoles. Ivkovic recorda o episódio em declarações a Bola Branca.
Meses depois, no Mundial Itália '90, aconteceu um momento "deja vu". Maradona falha uma nova grande penalidade contra a Jugoslávia. E quem estava na baliza? Tomislav Ivkovic.
1984-1991. O auge da carreira de ‘El Pibe’ foi passado ao serviço do clube italiano que tem, para com Maradona, uma eterna dívida de gratidão. Em abril de 1990, o Nápoles sagrou-se campeão de Itália pela primeira e, até agora, única vez na sua história. Em 1989, veio a conquista da Taça UEFA, o único título europeu do clube napolitano.
A vida do homem que espalhou arte nos relvados com a bola nos pés, foi polémica fora de campo e repleta de excessos. Abril de 1991. Um controlo anti-doping detetou cocaína e a FIFA teve mão pesada. Maradona esteve 15 meses sem jogar. Em 1994, no escândalo. Foi afastado do Mundial dos Estados Unidos, depois de ter sido apanhado nas malhas do doping. Em 2000, Maradona viveu o pior momento da sua vida, na sequência de uma overdose. Em 2007, três anos depois de ter deixado o vício da cocaína, o craque viciou-se no álcool. Em 2013, Maradona foi notificado por uma dívida de 39 milhões de euros ao fisco italiano.
24 de setembro de 1983, Camp Nou, Barcelona: Andoni Goikoetxea, defesa-central do Athletic Bilbao, que já havia lesionado gravemente Bernd Schuster dois anos antes, protagonizou uma das entradas mais agressivas alguma vez vista num estádio de futebol sobre Maradona, em Camp Nou. Consequência, um tornozelo partido e uma época perdida para o craque argentino. Nessa época, o Barça acabou em terceiro lugar na Liga espanhola.
14 de setembro de 1989, Estádio de Alvalade. O Sporting recebeu o Nápoles em jogo a contar para a primeira mão da Taça UEFA. 0-0 foi o resultado final. Maradona só foi a jogo na segunda parte, ao substituir Massimo Mauro, aos 70 minutos. No final, pediu a camisola a Carlos Manuel, um episódio recordado na Renascença pelo "herói de Estugarda".
Conhecido por ter sido o mais expressivo e gesticulante selecionador do Mundial de 2010, na África do Sul, Maradona, aos comandos da ‘sua’ Argentina, não foi além dos quartos-de-final. Acabou goleado (4-0) pela Alemanha. A história repetida: da final de Roma, no Itália ’90, ao Estádio da Cidade do Cabo, em julho de 2010, 20 anos passaram-se. O desfecho repetiu-se.
Setembro de 2019. Fisicamente limitado, por causa de uma operação a um joelho, Maradona regressa ao seu país para treinar o Gimnasia de la Plata, clube da I Divisão argentina. Mais de 20 mil adeptos saudaram o regresso do maior ídolo de todos os tempos do futebol argentino.