09 dez, 2020 - 12:45 • Pedro Castro Alves
Toni Conceição, selecionador dos Camarões, diz que nunca viveu uma situação semelhante na carreira ao que aconteceu no Paris Saint-Germain-Basaksehir e que todo o episódio é “lamentável”.
O técnico de 59 anos explica que o camaronês Pierre Webo “é um jogador respeitado no seu país”, tendo sido internacional por 58 vezes, mas que “independentemente disso é um ser humano e merece ser respeitado como tal”.
Em entrevista a Bola Branca, o selecionador considera que situações deste tipo “já não deviam acontecer” e que o ser humano “já não devia ter este tipo de preconceito”, que criou um episódio “desconfortável e não desejável para ninguém”.
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O incidente ocorreu aos 14 minutos do jogo, quando o quarto árbitro, o romeno Sebastian Costantin Coltescu, deu sinal ao árbitro principal, o seu compatriota Ovidiu Hategan, para expulsar o treinador adjunto do Basaksehir Pierre Webo, tendo este se queixado que o elemento da equipa de arbitragem utilizou a expressão 'negro', recusando-se a sair do campo e questionando: "Where is the 'negro'? (Onde está o 'negro')."
Após vários minutos, o 'staff' da equipa turca e os jogadores, seguidos pelos do PSG, decidiram abandonar o relvado, numa altura em que o jogo estava empatado 0-0.
Conceição já treinou na Roménia, na Arábia Saudita e no Chipre e diz “felizmente nunca tive uma situação destas, mas sei que vão existindo”, acrescentando “a única coisa que posso dizer é que lamento”.
Sobre os trabalhos da seleção, o treinador português afirma que tem como objetivo estar presente no Mundial de 2022 e ter uma boa prestação no Campeonato das Nações Africanas, no mesmo ano. A CAN, em 2022, terá lugar nos Camarões e o técnico afirma que tem “uma responsabilidade perante os adeptos”.
A seleção dos leões indomáveis tem tido bons resultados sob o comando de Toni Conceição, tendo alcançado no mês de novembro o top 50 do ranking da FIFA. “É um trabalho que me deixa muito feliz”, afirma à Renascença.