02 mar, 2021 - 13:31 • Lusa
O ex-presidente do FC Barcelona Josep Maria Bartomeu saiu em “liberdade provisória”, após ter comparecido perante um juiz, no âmbito da investigação do processo ‘Barçagate’, uma alegada campanha difamatória promovida contra adversários da sua administração.
Bartomeu e Jaume Masferrer, ex-diretor da presidência do clube espanhol, foram colocados em liberdade, após terem passado a noite detidos, mas “permanece aberta a investigação” sobre crimes de corrupção e outros delitos criminais, informou o Tribunal Superior da Catalunha, em comunicado.
Os dois antigos dirigentes do FC Barcelona decidiram não prestar declarações em tribunal, tal como já tinha acontecido perante as autoridades policiais, à semelhança do que fizeram o diretor-geral do clube, Óscar Grau, e o diretor jurídico, Román Gómez Ponti, que saíram em liberdade na segunda-feira.
As autoridades regionais da Catalunha realizaram buscas em cinco locais, entre empresas e particulares, com o intuito de encontrar material útil para a investigação, confirmando que um dos locais alvo das buscas foram “departamentos específicos” em Camp Nou, estádio do FC Barcelona.
O clube reagiu ainda na segunda-feira, em comunicado, confirmando a existência de buscas, na sequência de mandados emitidos pelo 13.º Tribunal de Instrução de Barcelona, “encarregue do caso sobre o uso de serviços de monitorização de redes sociais”.
Josep Maria Bartomeu, o atual diretor-executivo e (...)
“O FC Barcelona ofereceu a colaboração plena com as autoridades judiciais e policiais, para ajudar a descobrir os factos pertinentes para a investigação. A informação e documentação requerida está relacionada apenas com este caso”, indicava a nota.
Além dos escritórios em Camp Nou, os ‘mossos d’esquadra’ realizaram buscas também na sede da I3 Ventures e da Telampartner, duas empresas alegadamente contactadas para agir nas redes sociais contra adversários e atletas que se opunham à direção de Bartomeu.
O ‘Barçagate’ partiu de uma denúncia de um grupo de adeptos, cujo processo segue em segredo de justiça até 10 de março, e, segundo a comunicação social espanhola, relaciona-se, entre outros, com uma campanha de difamação levada a cabo contra concorrentes da administração de Bartomeu.
O clube está a seis dias de eleger um novo presidente, no domingo, com três candidatos a concurso: Joan Laporta, antigo líder do emblema, entre 2003 e 2010, o empresário Victor Font e o antigo diretor Toni Freixa.
Bartomeu, de 58 anos, foi presidente do 'Barça' entre 2014 e 2020, com Carles Tusquets a sucedê-lo, de forma interina, a partir de outubro do ano passado, após muita pressão de adeptos e até de atletas, como o futebolista argentino Lionel Messi, que ameaçou sair no verão de 2020.