17 mar, 2021 - 21:50 • Lusa
Os clubes da I e II Liga francesa decidiram não ceder os seus internacionais às respetivas seleções de fora da União Europeia devido a uma possível quarentena obrigatória no seu regresso, anunciou a Liga de Futebol Profissional.
"Uma vez que os futebolistas internacionais estrangeiros não estão isentos de uma quarentena forçada no seu regresso a França, os clubes não irão ceder aqueles que sejam convocados para as respetivas seleções para jogos fora da União Europeia (UE) durante o próximo período de jogos internacionais em março", pode ler-se no comunicado divulgado à imprensa pela Liga de Futebol Profissional (LFP).
Esta decisão surgiu na sequência de uma consulta aos presidentes dos clubes e foi tomada "por unanimidade", acrescentou a LFP, depois de várias equipas francesas terem manifestado a intenção de não libertar os seus internacionais, nomeadamente o Brest, o Nantes, o Metz e o Dijon.
De notar que a FIFA, por causa da pandemia de Covid-19, decidiu afrouxar as suas regras para este período de jogos internacionais de seleções ao permitir que os clubes possam reter os seus jogadores se estes forem obrigados a cumprir uma quarentena.
De resto, a posição de muitos clubes de países que integram a União Europeia tem-se multiplicado a favor da não cedência dos seus internacionais para jogos fora do espaço do velho continente.
Esta decisão dos clubes profissionais franceses complica o trabalho de muitos selecionadores europeus, visto que alguns jogos de qualificação para o Mundial 2022 estão agendados para fora da UE, como é o caso do Sérvia-Portugal, marcado para 27 de março, ou em África, onde vão decorrer as eliminatórias para a Taça das Nações Africanas, competição marcada para o início de 2022.
No entanto, a seleção francesa, que terá de viajar para fora da UE, mais precisamente para o Cazaquistão, a 28 de março, e posteriormente para a Bósnia, a 31, depois de receber a Ucrânia a 24, deve beneficiar de uma exceção.
De acordo com fontes próximas deste dossiê, decorreram conversações entre a Federação Francesa, a UEFA e o governo tendo em vista conceder isenções de quarentena aos internacionais franceses, desde que respeitem um quadro sanitário restrito, ou seja, que se mudem de uma bolha sanitária para outra, sem contacto com o exterior, quando se desloquem dos respetivos clubes para a seleção e vice-versa.