29 out, 2021 - 10:48 • Redação
Patrice Evra elogia que os adeptos tenham saído às ruas para protestar contra a Superliga europeia, no entanto, gostaria, também, de ver tamanha manifestação de indignação contra o racismo.
Numa longa entrevista ao jornal italiano "La Repubblica", o antigo defesa internacional francês, de 40 anos, começou por ressalvar que as pessoas não nascem racistas: "É educacional, um problema social. Até os polícias sempre me mandaram parar por ser negro. O futebol envia muitas mensagens contra o racismo, mas ainda não é suficiente."
"Milhares saíram à rua e conseguiram travar o projeto da Superliga. Seria bom se tudo isso fosse feito contra o racismo. Mas não é feito. As redes sociais também podem fazer um trabalho melhor. Claro que é impossível bloquear todas as mensagens racistas, mas se escreveres algo sobre vacinas ou a Covid-19, hoje em dia, é logo reportado pelo sistema. Com o racismo, porém, isso não acontece. Enquanto não houver dinheiro a sair dos bolsos e não houver multas a racistas, nada mudará", lamentou.
Questionado sobre os jogadores que não se ajoelham contra o racismo, no início dos jogos, Patrice Evra afirmou que, na sua opinião, deviam.
"Acima de tudo, porque faz com que as novas gerações reflitam. Quando o meu filho viu os jogadores a ajoelhar-se, pela primeira vez, perguntou-me: 'Porque é que eles estão a fazer isso, pai?'. Então, eu expliquei-lhe. É importante para a consciência coletiva. Ajoelhar não erradicará o racismo, mas é um grande passo em frente", sublinhou.
Patrice Evra, antigo lateral-esquerdo, jogou, a nível profissional, por Marsala, Monza e Juventus, de Itália, Nice, Mónaco e Marselha, de França, e Manchester United e West Ham, de Inglaterra. Representou a seleção francesa em 81 ocasiões. Venceu uma Liga dos Campeões.