12 jan, 2022 - 11:24 • Redação
Patrice Evra considera que a homossexualidade no futebol masculino é uma questão problemática, não pela inexistência de jogadores que assim se identificam mas pelo medo que têm de sair prejudicados se admitirem.
Na sequência da publicação da sua autobiografia, intitulada "I Love This Game", o antigo internacional francês, que passou por clubes como Manchester United, Juventus e Marselha, abordou a homossexualidade no futebol masculino numa entrevista ao jornal "Le Parisien".
"Há pelo menos dois jogadores por clube que são homossexuais. Mas no mundo do futebol, se revelares isso, acabou", declarou o ex-jogador.
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Evra contou que teve colegas que eram homossexuais e que só "cara a cara", em privado, é que esses jogadores se abriam com ele.
"Quando eu estava em Inglaterra, o clube trouxe uma pessoa para falar com a equipa sobre homossexualidade. Alguns dos meus companheiros disseram coisas como: 'É contra a minha religião, se existe algum homossexual neste balneário tem de sair do clube'. Naquele momento, eu disse: 'Calem-se'. Mas continua a ser algo sobre o qual eles [jogadores homossexuais] têm medo de falar", lamentou o agora treinador.
Em Inglaterra, Evra representou o Manchester United e, no final da carreira, o West Ham. Em Itália, esteve na Juventus, no Marsala e no Monza. Em França, foi jogador de Nice, Mónaco e Marselha.
Curiosamente, em 2020, quando já tinha pendurado as botas, Evra foi acusado de proferir insultos homofóbicos contra o Paris Saint-Germain.
Num vídeo nas redes sociais, o antigo defesa disse que o PSG "nunca ganhará nada" e terá usado dois palavrões de índole homofóbica sobre o clube francês, acrescentando: "Estamos aqui a falar entre homens."
No dia seguinte, o PSG emitiu um comunicado a condenar o que considerou terem sido "insultos homofóbicos" por parte de Evra.
"Estas declarações chocaram profundamente o clube, que está particularmente comprometido com os valores do respeito e da inclusividade", podia ler-se, então, na nota oficial dos parisienses.
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Evra acusou a imprensa francesa de deturpar as suas palavras.
"Traduziram como se eu fosse contra as pessoas gays. Não sou homofóbico, sou o 'Senhor adoro este jogo'. Adoro toda a gente, por isso, peço desculpa se ofendi alguém, mas não era a minha intenção. Eu entendo a igualdade. Tens de ser livre, faças o que fizeres na vida. Nunca julgarei ninguém", escreveu o antigo jogador no Twitter.