19 jan, 2022 - 13:15 • Rui Viegas
Hassan Nader coloca os Camarões, de "Toni" Conceição, e o Egito, de Carlos Queiroz, entre os favoritos à conquista da presente Taça das Nações Africanas de 2021, que se está a disputar em 2022.
Já com a competição a decorrer, e pelo que tem visto, o antigo avançado marroquino de Farense e Benfica, ainda hoje o melhor marcador de África na Liga portuguesa, adverte que nem sempre as equipas com tal estatuto erguem o troféu, embora considere que em 2022 o triunfador não deverá fugir ao leque anteriormente apontado.
“Nem sempre o favorito ganha. No historial deste CAN há seleções que não eram favoritas e ganharam. Este ano há Egito, Tunisia, Argélia, último vencedor, Camarões, Senegal... também Marrocos, com uma equipa jovem. E, agora, serão estas as mais favoritas para ganharem esta edição”, começa por dizer Hassan.
O antigo avançado debruça-se, também, sobre as duas equipas dirigidas por treinadores lusos: Camarões e Egito.
“[Camarões] Mostraram já que são candidatos, dirigidos por um português, o [António] ‘Toni’ Conceição. Depois há também a ambição do seu presidente da Federação, o Eto'o, cujo objetivo, para entrar bem, é ganhar esta CAN. Fez tudo para que a prova começasse dia 9. Falando de Carlos Queiroz, por sua vez, foi muito criticado ao não chamar jogadores importantes na equipa, mas o Egito é sempre um dos favoritos”, sustenta o ex-jogador, de 56 anos.
Recentemente, Hassan Nader foi reconhecido como o maior goleador africano na história da I Liga portuguesa. São 94 golos no total, mais sete que o segundo classificado (o moçambicano Chiquinho Conde), numa lista que inclui ainda nomes como Meyong, Ricky, Marega, Fary, Vata ou Mateus.
Hassan, a residir em Marrocos, e que soube da tabela por um filho, mostra-se “orgulhoso” e vê como muito difícil que este registo seja ultrapassado. Até porque nove dos dez primeiros já não estão em atividade e Marega abandonou o futebol português e atua neste momento na Arábia Saudita.
“À parte dos países que falam a língua portuguesa, passaram por lá [Portugal] tunisinos, argelinos ou marroquinos e eu ser o melhor marcador é motivo de orgulho. Foi o meu filho que me ligou [a avisar] e fiquei quase com as lágrimas nos olhos", conta.
Um registo que, assinala, também pertence a Farense, onde fez "muitos golos", e ao "glorioso Benfica".
"Como marroquino fico muito orgulhoso porque havia grandes avançados, como o Chiquinho Conde, o Ricky ou o Marega. Ficar na frente com uma boa vantagem deixa-me muito contente. Vai levar muitos anos para bater este recorde, não vai ser fácil, porque agora há outros marcadores estrangeiros que são bons. Que vêm da América ou do Brasil e vai levar muitos anos para bater este recorde. Estou orgulhoso pelos farenses, pelos benfiquistas e pelos marroquinos”, faz notar o antigo internacional.
Hassan retém na memória dois entre os 94 golos assinados em Portugal. E sublinha mesmo este país, porque são mais de 100 os que marcou na Europa, onde esteve, inicialmente, ao serviço dos espanhóis do Maiorca.
“Pode ser um golo contra o Benfica, apenas tendo nós dez jogadores em campo, em que no último minuto marquei e ganhámos 1-0. Ou um golo de bicicleta quando estava no Benfica. Cada golo é especial. 94 golos não é para qualquer um, fico contente pelos 94, mas, se vamos contar, acho que já tenho mais de 100 na Europa. De qualquer maneira, esta classificação deixou-me muito, muito orgulhoso”, finaliza Hassan Nader.