02 mar, 2022 - 16:50 • Redação
Artem Dzyuba, capitão da seleção russa, mostrou-se "contra a guerra", mas lamenta a discriminação que os desportistas russos estão a ser alvo devido à invasão do país na Ucrânia.
O avançado diz que "até bem recentemente não queria falar sobre o tema, porque não é especialista em política", mas depois de várias críticas públicas e da Rússia ter sido excluída do Mundial 2022, devidiu falar.
Dzyuba diz ser "contra qualquer guerra. A guerra é assustadora. Mas também sou contra a agressão e o ódio humanos, que a cada dia ganham proporções transcendentes. Sou contra a discriminação com base na nacionalidade. Não tenho vergonha de ser russo. Tenho orgulho. E não entendo o porquê dos atletas terem de sofrer agora", pode ler-se.
Na opinião do ponta de lança de 33 anos, existe um "duplo critério". "Porque é que toda a gente fala sobre desporto fora da política, mas na primeira oportunidade quando se trata da Rússia, toda a gente esquece esse princípio? Mais uma vez, a guerra é assustadora. Em situações de stress, as pessoas mostram a sua essência, por vezes negativa. Quanta raiva já foi derramada sobre todos os russos, independentemente da sua posição e profissão? Aos milhares de pessoas que escrevem insultos e ameaças: entrem na fila" prossegue.
Dzyuba estranha críticas "de pessoas a quem a Rússia deu muito. Tudo isso só cria mais negatividade".
Na terça-feira, Vitaliy Mykolenko, jogador ucraniano do Everton, deixou duras críticas a Dzyuba.
"Enquanto ficas calado, juntamente com os teus colegas, cidadãos inocentes estão a ser assassinados. Vais ficar preso na tua masmorra para o resto da tua vida e, mais importante de tudo, até ao fim da vida dos teus filhos. E estou feliz por isso", escreveu nas redes sociais.