04 mar, 2022 - 20:09 • Redação
O legado que Vítor Pereira quer deixar no Corinthians é a conquista de títulos, de preferência com futebol bonito.
Na conferência de imprensa de apresentação como novo treinador do Timão, esta sexta-feira, o português, de 53 anos, salientou que "gostaria de deixar títulos" como imagem da primeira aventura no Brasil.
"Para além da qualidade de jogo, é importante ganhar. Eu gosto de ganhar com qualidade de jogo, mas ganhar é fundamental. Num clube desta dimensão, com uma torcida enorme, é importante lutar, competir por títulos. Não posso prometer títulos, mas posso prometer muito trabalho, no sentido de conquistá-los", declarou o técnico português.
Vítor Pereira pretende criar um modelo de jogo "que deixe os jogadores confortáveis e vá ao encontro das características deles".
"Vamos tentar encontrar um equilíbrio entre a qualidade técnica que existe no plantel e a capacidade física da equipa. Jogar um jogo que nos permita ter mais bola, ser dominante com bola, exacerbar esse momento no treino, e depois, para evitarmos correr muitos metros para trás, temos de ser muito agressivos no momento da perda de bola. São dois pontos fundamentais do nosso jogo", vincou.
Brasil
Treinador português junta-se a Abel Ferreira e Pau(...)
Vítor Pereira, que revelou já ter recusado, anteriormente, "vários convites para treinar no Brasil", escolheu o Corinthians pelo lado emocional:
"Para me convencerem, é preciso apelarem ao meu sentimento. O que me motiva é o lado tático, técnico, estratégico do jogo, a qualidade dos jogadores. Estimula-me a dimensão do clube e a paixão dos adeptos. E a insistência do presidente e da Direção, que me fez sentir que tinha de ser eu e que queriam muito que fosse eu. Comecei a ligar-me com os adeptos, a perceber que os adeptos também queriam. Senti, mesmo antes de vir, que estava a haver ali uma ligação e a minha decisão foi por aí."
Apesar da ligação, Vítor Pereira assinou contrato de apenas um ano com o Corinthians. Algo que, para o treinador português, é inegociável, depois de ter tido uma má experiência no Al-Ahli, da Arábia Saudita.
"Quando saí do Porto, fui para a Arábia Saudita com dois anos de contrato e, no final do primeiro ano, quis vir embora e paguei uma multa pelo ano de contrato que me faltava. Nunca mais assinei contratos de longa duração, porque tenho de perceber no final da época se estou feliz, se o clube está feliz comigo. Se houver sintonia, renova-se o contrato. Senão, ficamos amigos, mas separamo-nos. Não quero ficar contrariado num clube nem que um clube fique comigo contrariado", sublinhou.
Sobre a abundância de treinadores portugueses no Brasil, Vítor Pereira assinalou que é uma oportunidade de aprendizagem para todos.
"Aompetência não tem nacionalidade, não tem idade, não tem cor. Ou se tem ou não se tem. Se fosse brasileiro, encararia a vinda de treinadores estrangeiros como uma oportunidade de perceber coisas novas. Eu próprio acredito que trarei alguma coisa nova Para mim, vir para aqui é um desafio, para aprender com os treinadores brasileiros", salientou.